tag:blogger.com,1999:blog-164080902024-03-07T04:36:48.971+00:00PROTUBERÂNCIA<center>A actualidade revista e esmifrada</center><center>Havia aqui outra frase mais gira que a primeira mas eu apaguei-a sem querer.</center><center>O BLOGUE CHAMADO <b>PROTUBERÂNCIA</b> MAIS VISTO DA NET</center>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.comBlogger318125tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-63656058369137552232012-04-29T15:00:00.002+01:002012-04-29T16:40:34.277+01:00TERMINUS 300: O FIM<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/" target="_blank"><img border="0" height="131" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1_6Lf5Wu_hxT3sdVBFIzVy4tCBI9uEM6gpg0m9TrGuaT6gK1drTawiikN8D5_BfC267ca7OfSSpUmzK_qDLft5v6KH0BNxJvgtrm98hfVxcG3Jk46zTgJcQHtpqjQcP63n4a7LA/s640/cropped-dsc014712.jpg" width="640" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
O primeiro artigo do blogue <b>Protuberância </b>foi publicado a 29 de Abril de 2006. Seis anos depois é tempo de fazer um balanço, fechar a porta e seguir para novas paragens.<br />
<br />
Este não foi o primeiro blogue que criei, nem foi aquele a que mais tempo e atenção dediquei. Foi, aliás, bastante ignorado e mal-tratado nos seus primeiros meses, diria mesmo anos, de vida. Às vezes, por falta de tempo, outras, por pura preguiça, negligenciava a escrita e publicação de artigos com outras afazeres, uns mais prioritários, outros nem tanto.<br />
<br />
O blogue <b>Protuberância</b> começou por ser um texto de despedida afixado numa porta. Corria o ano de 2005, trabalhava eu no Centro de Cópias da Universidade Autónoma de Lisboa, no Pólo da Boavista, e nos seis meses que lá estivera criara uma relação de amizade com muitos alunos e professores. Os alunos de hoje ignoram isto, mas havia nesse tempo uma batalha de egos entre os cursos de Arquitectura e de Ciências da Comunicação, batalha essa capaz de fazer parecer a Guerra Civil Americana uma amena discussão no trânsito.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
Quando soube que iria sair dali para iniciar um estágio na Biblioteca Municipal da Moita, resolvi expressar a minha opinião sobre esse conflito sem sentido e afixá-lo na porta do estabelecimento. Não tardou muito até eu decidir ir um pouco mais além, criando aquele que seria o meu terceiro blogue.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
Durante os primeiros da sua existência, os artigos eram publicados quando havia tempo e vontade. Tanto podia estar semanas, meses, sem escrever nada, como podia escrever vários artigos no mesmo dia. (Na prática isso não mudou muito. Só que hoje em dia já sei programar os dias de publicação, coisa que antes não fazia.)</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
Em 2010 houve alguém que me disse que eu devia apostar a sério nas minhas crónicas. Motivado por esse desafio, contactei diversos jornais e disponibilizei-me a escrever para eles artigos de humor. Dos vários que aceitaram a minha proposta, há três (<b><a href="http://www.jornalbarreiro.com/" target="_blank">Jornal do Barreiro</a></b>, <b><a href="http://www.orio.pt/" target="_blank">O Rio</a></b> e <b><a href="http://www.oprimeirodejaneiro.pt/" target="_blank">O Primeiro de Janeiro</a></b>) que publicam com maior frequência textos de minha autoria. Não recebo qualquer remuneração por isso, mas é uma forma de chegar a outros públicos.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
Em simultâneo com a existência deste blogue desenvolvi e concluí vários projectos. Dessa lista, constam os seguintes trabalhos:</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/o-caminho-de-volta/" target="_blank">O CAMINHO DE VOLTA</a> </b>- Guião para longa-metragem. Em revisão.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>REDENÇÃO & DEVER</b> - Guião para longa-metragem. Em desenvolvimento.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>O CONVITE</b> - Guião para longa-metragem. Em desenvolvimento.<br />
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/r-p-g-real-playing-game/%20%E2%80%8E" target="_blank"><b>R.P.G. - REAL PLAYING GAME</b></a> - Guião para longa-metragem, escrito em parceria com David Rebordão. Produzido pela MGN Filmes. Em breve nos cinemas. </div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/a-chamada/" target="_blank">A CHAMADA</a> </b>- Guião para curta-metragem, realizada por Vasco Rosa. Disponível no MEO Videoclube</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/sinapse-aka-synapsis/" target="_blank"><b>SINAPSE (aka SYNAPSIS)</b></a> - Guião para curta-metragem, escrita com a colaboração de Vasco Rosa e José Inácio. Em stand-by.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/sonhos-dentro-de-sonhos/" target="_blank">SONHOS DENTRO DE SONHOS</a> </b>- Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/a-arca/" target="_blank">A ARCA</a> </b>- Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/a-formula-da-felicidade/%20" target="_blank"><b>A FÓRMULA DA FELICIDADE</b></a> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/do-outro-lado/" target="_blank"><b>DO OUTRO LADO (aka A PORTA)</b></a> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>CATIVA </b>- Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/da-lucidez-a-loucura/" target="_blank">DA LUCIDEZ À LOUCURA</a> </b>- Guião para curta-metragem. A ser reformulado para longa-metragem.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/espelho-falso/" target="_blank"><b>ESPELHO FALSO</b></a> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>O EXCLUSIVO</b> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>O LIVRO</b> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/plano-de-fundo/%20%E2%80%8E" target="_blank"><b>P(L)ANO DE FUNDO</b></a> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>A PRIMEIRA VEZ</b> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/psicoapatia/%20%E2%80%8E" target="_blank">PSICOAPATIA</a> </b>- Guião para curta-metragem.A ser reformulado para longa-metragem.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>SOB VIGIA </b>- Guião para curta-metragem. À espera de realizador. </div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/os-ultimos-40-%E2%80%A6-da-minha-vida/" target="_blank"><b>OS ÚLTIMOS QUARENTA MINUTOS DA MINHA VIDA</b></a> - Guião para curta-metragem. À espera de realizador.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b>A INTERSECÇÃO </b>- Guião para episódio piloto, mais dois episódios seguintes.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/o-ultimo/" target="_blank"><b>O ÚLTIMO</b></a> - Guião para episódio piloto, mais quatro episódios seguintes. </div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/um-cappuccino-vermelho/" target="_blank">UM CAPPUCCINO VERMELHO</a> </b>- Romance de ficção. Nova versão.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/patria-atravessada/" target="_blank"><b>PÁTRIA ATRAVESSADA</b></a> - Livro de viagem. A estudar hipóteses de publicação. </div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<b><a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/historias-em-avulso/" target="_blank">HISTÓRIAS EM AVULSO</a> –</b><span style="font-weight: normal;"> Contos de diversos géneros. Em revisão.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/2012/04/29/a-imagem/" target="_blank"><b>A IMAGEM</b></a> - Romance de ficção. Em revisão.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
É claro que esta lista, por mais extensa que pudesse ser, não desculpa o desleixo que, por vezes, demonstrei para com este blogue, embora, de certa forma, ajude a explicar o porquê desse comportamento. Portanto, contas feitas, foram seis anos produtivos q.b. e fecho esta porta consciente e satisfeito pelo trabalho que fiz.</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<br />
O blogue <b>Protuberância </b>continuará disponível para quem o quiser visitar, mas os seus artigos terminam aqui. A partir de agora estarei no meu novo blogue: <a href="http://anguloobtuso.wordpress.com/" target="_blank"><b>ângulo obtuso</b></a>.<br />
<br />
Visite-o já pois tem um <b>passatempo</b> à espera.</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-9857718585698129262012-04-26T15:19:00.001+01:002012-04-27T18:47:49.310+01:00TERMINUS 299: ARTIGO (NOSTÁLGICO) SOBRE A SOFLUSA<div class="separator" style="clear: both; color: orange; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWDQyC3lp49lTVlwdz3bFbTUGDD34b1rZrOHebDs1SMgHTWDV4ohilHYqGlaAQe41bLhsfw7nzws_m2TgGUea_g0R3G5juPgtvXtWKBSZ2HJp1cU9osiw1wo2sn8UmCRHRiPWlxg/s1600/TR%C3%81S-OS-MONTES+2003-06-19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWDQyC3lp49lTVlwdz3bFbTUGDD34b1rZrOHebDs1SMgHTWDV4ohilHYqGlaAQe41bLhsfw7nzws_m2TgGUea_g0R3G5juPgtvXtWKBSZ2HJp1cU9osiw1wo2sn8UmCRHRiPWlxg/s320/TR%C3%81S-OS-MONTES+2003-06-19.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">Embora sempre tenha morado na Margem Sul, desde tenra idade que vou para Lisboa. Inicialmente acompanhado, hoje em dia por conta própria. E sempre apreciei a travessia do Tejo, tanto nos barcos antigos como nos actuais </span><span style="font-size: small;"><i>catamans</i></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">. Eu tenho mais por hábito gozar com as coisas do que contemplá-las com a nostalgia que ela merecem, mas ao preparar este artigo dei por mim a fazer justamente isso. É verdade que os preços estão mais caros, há menos carreiras, despediu-se mais pessoal, mas também é verdade que antigamente demorava quase duas horas em transportes de casa para o trabalho e hoje em dia demoro metade do tempo. Não digo que concordo com o aumento do preço dos títulos de transporte – principalmente quando estes antecedem uma renovação de frota da administração – mas reconheço o avanço que se fez nos últimos anos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">A travessia tornou-se mais rápida com a chegada dos </span></span><span style="font-size: small;"><i><span style="text-decoration: none;">catamarans</span></i></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">, todavia persiste um problema que já acontecia com os barcos antigos e que tem que ver com os nomes. Os nomes dos </span></span><span style="font-size: small;"><i>catamarans</i></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">, embora prestem homenagem a pessoas ilustres da Cultura e da História Portuguesa, geram mais equívocos e embaraços do que louvores. Comentários como “Eu no Torga gosto é de ir atrás.”, e piores, não dignificam em nada o autor de Contos da Montanha.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">Este problema com os nomes acontecia também, como já disse, nos barcos antigos, embora fosse num nível completamente diferente. </span></span><span style="font-size: small;">Os barcos que partiam do Barreiro iam todos para Lisboa. No entanto, não era isso que as placas indicavam. Um barco indicava como destino “São Jorge” nos Açores, outro, mais vago, “Trás-os-Montes”, mas havia mais. E isto iludia as pessoas. Pelo menos a mim iludia. Quando eu quando apanhava um barco que tinha como destino o “Algarve” era porque eu queria ir para o Algarve e não para Lisboa! Trezentos paus para ir do Barreiro para o Algarve? Era logo!</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">O único que ainda escapava era o “Martim Moniz”. Não parava mesmo lá, mas era o que ficava mais perto. Fazia-me confusão eu ser o único a queixar-me disto. Entretanto, fiz a operação e tudo passou a fazer sentido.<span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">Voltando aos </span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><i><span style="font-weight: normal;">catamarans</span></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">, para mim são como uma casa de banho gigante; no sentido em que, cada vez que lá vou, venho sempre com uma ideia ou uma observação. </span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">A mais recente </span></span></span></span><span style="font-size: small;">foi um aviso que li há tempos sobre manter as crianças sob vigilância. O aviso já era antigo, já o havia lido antes, mas só nesta última leitura é que eu percebi o real significado contido naquelas palavras.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">O aviso pede para manter as crianças sob vigilância. <span style="font-weight: normal;">Eis o que eu não percebo em relação aos raptos nos barcos. Caso alguém tenha uma falha mental elevada ao ponto de querer levar uma dessas avante, onde é que guarda os putos? A não ser que seja alguém da tripulação, o único sítio que eu vejo para alguém guardar um puto é debaixo do banco. Onde guardam os coletes de salvação. Só que não cabem lá dentro as duas coisas. Eu sei porque já experimentei com um amigo meu que é anão – eu não gosto de falar sem saber – e aquilo é apertado. Ou seja, para enfiar o puto lá dentro, o raptor é obrigado a vestir o colete de salvação. E aquilo chama a atenção.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Manter as crianças sob vigilância. </span></span><span style="font-size: small;">Para quê? Já viram os putos que andam nos barcos? Quem é que vai querer um puto daqueles a moer o juízo? Só dá vontade de os atirar pela janela.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
“<span style="font-size: small;">Eh pá! Não sejas assim. São só crianças!”</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">E a culpa é de quem? Minha? Já com os bebés é a mesma coisa. Até quando é que temos de aguentar? Quando estamos num sítio público, tipo consultório, e está um bebé a chorar, ninguém é capaz de dizer nada! Ninguém! Quanto muito é para atirar palpites.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
“<span style="font-size: small;">Se calhar 'tá sujo.”</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
“<span style="font-size: small;">Isso é mas é fome.”</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
“<span style="font-size: small;">Ou então sono.”</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">E eu pergunto: e vontade de chatear, não?</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">
<span style="font-size: small;">Ninguém acredita que um bebé possa fazer birra só para moer o juízo aos pais e a toda a gente à sua volta. É preciso ser-se mesmo estúpido. O Pavlov ensinou-nos isso. Estímulo-reflexo. E o bebé não é parvo. O bebé sabe que basta fazer um minuto de choradeira para lhe darem de comer, mudarem a roupa, embalarem-no e etc. É o sonho de qualquer homem. Fazer um choradinho e espetarem-lhe uma mama na boca. Alguns bem tentam, mas tudo o que conseguem é ficarem com ar deprimente.</span><br />
<span style="font-size: small;">Alguém tem de ensinar uma lição a esses bebés que choram sem razão. Mas calma! Também não sou adepto da violência excessiva. Acho que esfregar-lhe a cabeça em carne crua e pô-lo a brincar com um </span><span style="font-size: small;"><i>rotweiller</i></span><span style="font-size: small;"> dos pequeninos chega. Aí, ele pode chorar, mas já se sabe porquê e não é preciso dar palpites.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-60184417330799964702012-04-19T15:09:00.001+01:002012-04-19T15:09:00.499+01:00TERMINUS 298: ANDAR DE AUTOCARRO 3 – ANDAR SEM BILHETE & PASSE UNIVERSAL<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjJT2BkXfOpo_hqKygQL30K5hdGPZ-iuAYc4wc8MFV4G4GMhe1hqyUPKPU5xhNXjjiNjZ-8oC-svluMMyamokNx4Lh_QxykI88fXKe2NDaWWx_kBAYMopga4Tfu5ktzPslydlGaA/s1600/img5494576x768.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjJT2BkXfOpo_hqKygQL30K5hdGPZ-iuAYc4wc8MFV4G4GMhe1hqyUPKPU5xhNXjjiNjZ-8oC-svluMMyamokNx4Lh_QxykI88fXKe2NDaWWx_kBAYMopga4Tfu5ktzPslydlGaA/s320/img5494576x768.jpg" width="240" /></a></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Sempre que ando de transportes públicos costumo utilizar passe, mas houve uma altura na minha vida em que, por ser utilizador esporádico, bastavam-me os bilhetes. Hoje em dia já quase que não há bilhetes, é tudo cartão, mas eu lembro-me do medo que sentia caso o pica aparecesse quando viajava sem bilhete e da frustração quando gastava dinheiro no bilhete e não aparecia ninguém para o picar.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Isto irritava-me profundamente porque eu comprava o bilhete por uma única razão: o pica. Se o pica não aparecia, era um bilhete que ia para o lixo sem cumprir o seu real propósito. Eu não precisava de bilhete para andar autocarro: bastava-me o autocarro. Sem bilhete, podia de autocarro à mesma; sem autocarro, não podia andar de bilhete. Era tão básico como parece.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">A certa altura eu desisti de comprar bilhete, o que levou a alguns confrontos bem intensos. Ao fim de três meses de utilização de transportes públicos sem adquirir um único bilhete, apareceu-me, finalmente, um pica. E o bandalho queria multar-me. Dizia ele que eu não possuía um título de transporte válido e, como tal, teria de me passar uma multa.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Irritado, confrontei-o com as vezes que tinha adquirido bilhete e ele não tinha aparecido. Não resultou. E aqui fica uma pequena grande lição: leiam os meus artigos, riam-se com as minhas parvoíces, mas não sigam os meus conselhos. Podem-se dar mal.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Esta história nunca aconteceu, foi apenas uma criação fictícia da minha parte, assim como esta ideia com a qual terminarei este artigo: tive um sonho, no qual eu era a pessoa mais espectacularmete humilde do mundo. Isto não tem nada a ver com a ideia que eu vos quero contar, foi apenas um desabafo. Vamos à ideia.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Como seria se todas as companhias de transporte públicos adoptassem um sistema de passe social universal? Já temos passes combinados com Soflusa, Transtejo, STCP, TCB, Metropolitano de Lisboa, Metropolitano do Porto, TST, Barraqueiro, CP, etc. etc. Essencialmente, transportes terrestres, fluviais e ferroviários. </span> </div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">E os aéreos? Há todo um mercado por explorar. O combinado TAP+Carris+CP seria óptimo para aqueles turistas que vêm da América Central com embrulhos no estômago. Com a quantidade de voos que fazem todos os meses, de certeza que lhes daria jeito. Para aquelas pessoas que viajam muito teriam de fazer vários modelos. Teríamos, por exemplo, o N (nacional), o E (europeu), o IC (inter-continental) e o PTL (pra todo o lado). Isto seriam os gerais.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Depois, tal como já acontece com os combinados já existentes, haveriam também as subdivisões. A pessoa vai à companhia, preenche os impressos, escolhe o modelo e depois a zona abrangente; o simples, o 1, o 12 e o 123, que é o maior.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Claro que haviam de aparecer problemas. É normal.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> “<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Então o senhor quer ir para as Caraíbas, não é assim?”</span></span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> “<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">É sim.”</span></span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> “<span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Pois, mas o seu passe é o N. Só dá até ao Cacém.”</span></span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-62024410141686821222012-04-12T14:55:00.001+01:002012-04-12T14:55:00.835+01:00TERMINUS 297: ANDAR DE AUTOCARRO 2 – HORA DE PONTA & VELHAS<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBC9WCaViCgiIKxLLPJ2E5XXxnJ1Gz-5Xjw4E9647je-9dmaAl7sh5WEBQUhAq_AahQuuY0-BKSrX8LtueoeR0xJYrJCPbFtLVaBo8lJNX-NTP5zgSFSzdOrUrYg5Tt9x6dcul7w/s1600/article-1105433-01CF448C0000044D-18_468x314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBC9WCaViCgiIKxLLPJ2E5XXxnJ1Gz-5Xjw4E9647je-9dmaAl7sh5WEBQUhAq_AahQuuY0-BKSrX8LtueoeR0xJYrJCPbFtLVaBo8lJNX-NTP5zgSFSzdOrUrYg5Tt9x6dcul7w/s320/article-1105433-01CF448C0000044D-18_468x314.jpg" width="320" /></a></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> </div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">A pior altura para andar nos autocarros, e transportes públicos em geral, é na hora de ponta. Eu não tenho muito que me queixar porque normalmente ando sempre fora de horas, mas às vezes, tem de ser. E o pior para mim nessas alturas, além das velhas carregadas de sacos a quererem entrar num espaço onde até os micróbios se sentem apertados, são os empurrões e os encontrões que as pessoas dão umas nas outras. Isto, já de si é chato, mas torna-se mais chato ainda quando temos aquelas pessoas que, quando nós as pisamos e não pedimos desculpa, ficam fulas. Pode acontecer nós pisarmos sem querer e não repararmos. A mim acontece-me isso às vezes. É por isso que às vezes, volta não volta, há alguém que se vira pra mim e grita, “Vê lá onde é que pões os pés, ó palhaço!” </span> </div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">No entanto, quando reparamos e pedimos desculpa, a resposta mais comum é, “Não foi nada. Deixe estar.” Ou então não dizem nada e ficam o resto da viagem a resmungar.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Nos autocarros há também aqueles lugares reservados a pessoas idosas, inválidas, mulheres grávidas, etc. Deixem-me só fazer um pequeno aparte para explicar uma coisa: estes lugares não são exclusivos dessas pessoas. São reservados. O que quer dizer que as outras pessoas que não se insiram em nenhuma destas categorias também se podem sentar lá. Só no caso dos restantes lugares estarem ocupados é que os destinatários têm direito, ou prioridade, melhor dizendo, a eles.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Isto vem a propósito duma cena que assisti ontem quando ia pra casa no autocarro.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">O autocarro vinha quase vazio. Os lugares reservados vinham todos ocupados por várias pessoas, de todo o género, de todas as idades, incluindo um casal de jovens aí nos seus 20 anos.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Então, a meio da viagem, entra uma velha que de imediato começa a ordenar à moça que lhe desse o lugar. A moça recusa-se por estarem vários lugares vagos e a velha insiste. Esta troca de argumentos ainda dura alguns minutos, até que o namorado decide intervir e diz à velha que se vá sentar num dos outros lugares que estavam livres. </span> </div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Mas a velha continuava a teimar que queria sentar-se ali. O rapaz começa a perder a paciência e é então que ela diz, “Você tem que me dar esse lugar porque eu já sou muito velha.”</span></span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Ao que o rapaz responde, “Eu não tenho culpa que você ainda esteja viva.”</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">O autocarro em peso esperava que aquilo descambasse à séria e até já se faziam apostas, quando subitamente a velha diz, “Eu saio já na próxima. Escusa de se incomodar.”</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">É má vontade, ou não é?</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-81779451965632265442012-04-05T14:55:00.000+01:002012-04-05T14:55:12.520+01:00TERMINUS 296: ANDAR DE AUTOCARRO 1 – RAZÕES PARA & PASSAGEIROS<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPAe2G_Q_4vDBMpLo7Z8u5T0KgAJNqtQncbUigVsuv_nn8S4qIhqFvBgaqZV20ZTdBDDVAxmKPTqe-fRwUYVLR6cyvHlhRCxIKNc8qL3rx5P0U2LSL6Piwouc00OwmNwSvcY7gog/s1600/bus_very_crowded.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPAe2G_Q_4vDBMpLo7Z8u5T0KgAJNqtQncbUigVsuv_nn8S4qIhqFvBgaqZV20ZTdBDDVAxmKPTqe-fRwUYVLR6cyvHlhRCxIKNc8qL3rx5P0U2LSL6Piwouc00OwmNwSvcY7gog/s320/bus_very_crowded.jpg" width="320" /></a></div><div align="JUSTIFY" lang="pt-PT" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Detesto o trânsito. A sério que detesto. Para mim não há nada pior do que levar três horas de carro a fazer um trajecto que se pode fazer perfeitamente numa hora a pé. O problema, no meu ver, está nos carros. Não tenho nada contra os carros, atenção, mas, sinceramente, acho que dois carros por pessoa é um bocadinho demais. Para que é que alguém quer mais do que um carro se só pode andar com um de cada vez? É dia sim, dia não?</span></div><div align="JUSTIFY" lang="pt-PT" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Há quem tente combater esse problema, usando os transportes públicos. Só que já se sabe que nestas coisas ou é 8 ou é 80. Ou vai tudo de carro, ou vai tudo de transportes. Não há meio-termo. Eu antes queixava-me porque havia muita gente a andar de carro e a entupir o trânsito. Hoje é o contrário. Anda tudo de transportes públicos. Até mesmo as pessoas que têm carro. Passámos de alguns milhares para alguns milhões. É exactamente a mesma coisa que viajar numa lata de sardinha: às tantas vale mais um gajo ir a pé.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">E depois vem a qualidade dos passageiros. Oh sim! São do melhor que há! O meu preferido é aquele que fala. Não faz nada – só fala. E o pior é que fala, fala mas não diz nada de jeito.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Também gosto muito daquelas mulheres que vêm com dois riscos a fazer de sobrancelhas. Acho que elas só falam porque acreditam que é a única relação que ainda podem estabelecer com o mundo da maneira que andam na rua. Fazem-me lembrar aquele filme dos palhaços assassinos, o ‘Clown House’.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Eu não percebo porque é que as mulheres rapam as sobrancelhas. Eu acho que, na opinião das mulheres, não existe nada na face humana que pareça bem da maneira como vem ao mundo.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Maquilhagem, eh pá, tolera-se. Operações ao nariz, enfim. Somos nós que as pagamos a maior parte das vezes, ou então os pais, mas pronto. Agora, rapar as sobrancelhas? Quem é que olha para as sobrancelhas? (Abra-se aqui um parentesis para dizer que não arranjar as sobrancelhas não significa andar com dois esquilos por cima dos olhos.) O mais estranho nisto tudo, é que elas rapam as sobrancelhas para ficarem mais atraentes, mas depois têm a bela ideia de pintarem umas sobrancelhas falsas por cima.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Não sei o que é que vocês acham, mas a imagem duma mulher com sobrancelhas falsas e lábios pintados com aquele vermelho berrante, o cabelo armado com quilos de laca em cima e os óculos versão Amália assusta-me um bocado. Parecem um bando de clones. A mim assusta-me. Quando não parecem palhaços parecem travestis. É esta a ideia de sedução que querem transmitir?</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-7979190279823115582012-03-29T14:43:00.001+01:002012-03-29T14:43:00.533+01:00TERMINUS 295: O QUE DIZER?<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">É um dia normal. Tal como em dias anteriores, o homem sai de casa de manhã cedinho para ir para o trabalho. Logo para começar bem o dia, o carro não pega. Verifica o combustível, o motor, o </span><span style="font-size: small;">óleo</span><span style="font-size: small;">; passados cinco minutos lá descobre o que se passa e consegue pôr o carro a trabalhar.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Como está muito em cima da hora, resolve seguir por outro trajecto para poupar caminho. Armado em bom porque tem um GPS comprado na feira, entra numa rua sem saída e fica lá bloqueado porque outros três otários, provavelmente com um GPS igual ao seu, entraram atrás dele e bloquearam-lhe a passagem.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Assim que sai dali, decide retomar o percurso e seguir o trajecto que fazia todos os dias. O grande problema é que ele costuma passar por ali bem mais cedo. À sua hora a estrada é dele, hoje fica meia hora no trânsito para aprender a não se armar em esperto. Por esta altura, é mais que certo que ele já não vai chegar a horas. Decide então, apesar do que aconteceu da última vez, meter-se por um atalho. E desta vez, felizmente, tem sorte: a rua tem saída. Infelizmente, um dos pneus arrebenta.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">O homem sai do carro para mudar o pneu e nisto, já depois de terminado o serviço, aparecem três bacanos. Ora, três bacanos, em pleno Inverno, às 7:20 da manhã, numa rua deserta, só podem querer dizer duas coisas: ou vêm da discoteca ou vêm para gamar. Como não há discotecas ali na zona, o homem palpita que a segunda hipótese deve ser a mais viável.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Confirmando-lhe o palpite, os três fazem-lhe uma rodinha, limpam-lhe a carteira, dão-lhe uma bela carga de porrada e, quando o </span><span style="font-size: small;">suplício parecia já ter chegado ao fim, há um deles que o manda despir-se. Naquele instante o homem fica dividido por sentimentos ambíguos. Por um lado fica triste por lhe estarem a roubar a roupa, por outro fica orgulhoso de haver quem aprecie o seu vestuário ao ponto de achar que é capaz de vender aquilo. Seja como for, o homem não tem outro remédio senão despir-se.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Um deles, simpático, deixa que ele fique com as meias calçadas. O homem agradece e logo de seguida atiram-no ao chão. Ainda lhe dói o corpinho do espancamento que levara há minutos. Contudo, assim que o primeiro rufia lhe salta para cima, não consegue deixar de sentir saudades por aqueles agradaveis momentos em que eram punhos e pés a atingi-lo e não outros membros. Depois de cada ter a sua vez, o homem</span><span style="font-size: small;"> é espancado novamente. É tipo o cigarrinho depois do acto. No fim, os três bacanos pegam na roupa e no dinheiro, acabam de trocar o pneu e vão-se embora com o carro.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">O homem, cheio de dores, </span><span style="font-size: small;">caído </span><span style="font-size: small;">no meio da estrada, sem roupa, um autêntico farrapo humano, olha para o relógio comprado na feira. Al</span><span style="font-size: small;">ém das meias, foi a </span><span style="font-size: small;">única coisa que os meliantes lhe deixaram ficar. Chegar a horas, é para esquecer.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Este </span><span style="font-size: small;">é um homem bem-educado, um homem que raramente diz asneiras. Mas se há momentos em que, mais do que saber bem, é necessário dizer um palavrão, este é um desses momentos. O homem levanta-se, olha para o céu ainda meio escuro, toma fôlego e está prestes a dizer a maior asneira que jamais proferiu quando repara que está </span><span style="font-size: small;">uma criança de seis anos a olhar para ele. Depois de tudo o que lhe acontecera naquela manh</span><span style="font-size: small;">ã, n</span><span style="font-size: small;">ão seria isso que o iria incomodar, e sim o facto da criança estar acompanhada dos pais. E também o facto do pai parecer mais um arm</span><span style="font-size: small;">ário do que uma pessoa.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">Naquela situação, com toda aquela raiva contida, o homem quer extravasar, quer gritar, </span></span></span></span><span style="font-size: small;">só que,</span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"> ao mesmo tempo, tem de se conter senão leva um enxerto ainda pior. E </span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">então,</span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"> tudo o que ele consegue, tudo o que ele pode dizer é um inofensivo: “Eh pá... chiça!”</span></span></span></span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><br />
<br />
</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-45483897770312383942012-03-25T14:43:00.002+01:002012-03-25T14:43:00.101+01:00TERMINUS 294: DO ÁLCOOL<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgapBYVYJcVDVv-sIRWWBAshuQdSqFf8lZH9UIxTPMphqZfdxl5za-vPwztStS_UTBz5ccYYxp2NPvTAxo26LrcQyarzTQJg1zs04gOg4A_OLr8OZ0MDQRIwQpqVKwjd9qRdnGlOA/s1600/alcool1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgapBYVYJcVDVv-sIRWWBAshuQdSqFf8lZH9UIxTPMphqZfdxl5za-vPwztStS_UTBz5ccYYxp2NPvTAxo26LrcQyarzTQJg1zs04gOg4A_OLr8OZ0MDQRIwQpqVKwjd9qRdnGlOA/s320/alcool1.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-size: small;">Pode não parecer, principalmente para quem já me viu a empurrar velhinhas para o meio da estrada, mas eu sou uma pessoa que gosta de ajudar o próximo. Tenho um amigo, o Leandro (estou a usar o seu nome verdadeiro porque é o único que ele tem e também porque ninguém o conhece e quem o conhece faz de conta que não o vê) que, vá-se lá saber porquê, mete-se na pinga. É bêbado. Diz que ninguém lhe liga. O que é mentira. Eu sei o que estou a dizer porque houve uma vez em que eu estava perto dele e alguém ligou-lhe por engano. Portanto, não só é bêbado, como é também um pouco mentiroso. Não me faltavam razões mais que evidentes para o ajudar. E assim fiz.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Falei com ele e chamei-o à atenção para o problema que tinha com a bebida. Dei-lhe o chamado 'abanão psicológico' e disse que ele tinha de procurar ajuda o quanto antes. Custou a convencer, mas lá aceitou entrar para os Alcoólicos Anónimos, onde encontrou o apoio que precisava para vencer o vício. Hoje em dia continuam a ignorá-lo, mas felizmente já não se mete no álcool. Infelizmente, agarrou-se às drogas leves.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Nada disto aconteceu, não tenho nenhum amigo chamado Leandro que seja alcoólico, nem tão pouco tenho um amigo chamado Leandro. Esta pequena e divertida história serviu só para facilitar a introdução do seguinte tema: Alcoólicos Anónimos. Podia ter começado logo por aí, mas achei que uma historieta chamaria mais à atenção.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Vamos lá ao tema. Há muita coisa que não percebo nos Alcoólicos Anónimos. A começar pelo princípio. Já repararam que a primeira coisa que uma pessoa faz quando chega a uma reunião dos Alcoólicos Anónimos é dizer o seu nome? Onde é que está o anonimato? De seguida diz que é alcoólico. É impressão minha ou toda a gente que está ali é alcoólica? Só se há pessoas que não têm o vício do álcool, mas sim o vício das reuniões. Pode ser isso. O que eu não percebo: para quê dizer os nomes?</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">É certo que, quando uma pessoa está alcoolizada, tem tendência para se esquecer das coisas. Nomeadamente, os nomes. Talvez faça parte do processo e quando começam a fixar os nomes é sinal de que estão no bom caminho.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">E chega de tema principal. Não vamos abusar porque pode cair mal a algumas pessoas.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Para muitas pessoas o álcool é o fim, para outras pode ser o princípio de algo especial. E estando eu a escrever este artigo a três dias do Dia de São Valentim, achei que podia terminar este artigo com uma história romântica.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">O álcool faz-nos divagar. Dá-nos a sensação de que sabemos tudo e mais alguma coisa. Desperta-nos a inteligência, por assim dizer. Esta é a história de um homem que lida com pessoas assim. Um homem com um raciocínio tão complexo que ninguém o compreende. Um homem que, apesar de ter objectivos em contrário, só poderia ser empregado de balcão.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">No bar onde trabalha este homem entra uma mulher, desiludida consigo, com a sua vida e com a vida em geral. Senta-se e pede um uísque. Ao quarto copo, a camisa do homem que ela não conhece de lado nenhum passa a ostentar uma placa onde se lê "PSICÓLOGO". Encontrando ali um escape, a mulher começa a desbobinar. De vez em quando, o homem diz qualquer coisa, que pode ou não ter a ver com o que a mulher está a dizer.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">A História Unive<span style="font-size: small;">rsal é rica em grandes pares famosos, disso não restam dúvidas, mas nenhum par possui a classe deste. De um lado, temos um empregado de balcão que ninguém compreende e que se julga muito sábio; do outro, temos uma mulher que não liga nenhuma a isso. É o par perfeito</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-35118639439920943592012-03-22T14:43:00.004+00:002012-03-22T14:43:00.161+00:00TERMINUS 293: MEMÓRIAS DE ANDAR DE COMBOIO<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="color: black;"><span style="font-size: small;">Eu nunca disse isto a ninguém, mas eu gosto de andar de comboio. Antigamente gostava mais. Era mais barato. E costumava andar com mais frequência. Não só porque era mais barato, mas também porque precisava.</span></span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Estive a estudar durante um ano em Tomar e todas as segundas-feiras tinha de apanhar o Regional em Santa Apolónia. Vinha a casa passar o fim-de-semana e, todas as segundas, às nove e picos, lá estava eu à espera na estação. Era um ritual que se repetia todas as semanas e mesmo assim continuava a não fazer sentido a lenga-lenga que entoavam a cada partida. Eu prestava especial atenção àquela que dizia respeito ao comboio que pretendia apanhar, mas acontecia com os outros também.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Começava assim: "Dentro de minutos irá sair da linha número seis o comboio regional com destino a Tomar. Efectua paragens em todas as estações e apeadeiros do seu percurso." Até aqui nada de anormal. Depois vinha a parte estranha: "Informamos que não é permitida a entrada e saída de passageiros entre as estações Lisboa Santa Apolónia e Lisboa Oriente".</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Ora bem... Para quem nunca andou de comboio entre estas duas estações, aqui vai um pequeno esclarecimento: à excepção dos suburbanos, nenhum outro comboio pára entre Lisboa Santa Apolónia e Lisboa Oriente. Os regionais não param de certeza. E o aviso é dado para todos os comboios, menos para o suburbano. Não faz muito sentido. O comboio não pára. Ou melhor, pára. Só que as portas são automáticas e não abrem.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">E, mesmo que abrissem, o aviso continuaria sem fazer sentido. Aliás, ainda faria menos.</span><span style="font-size: small;"> Em primeirto lugar, como é que se proíbe um passageiro de entrar? Não é ser picuínhas, mas alguém só se torna passageiro depois de entrar! Quanto muito admito que quem está na estação possa ser considerado um "possível passageiro".</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">O aviso terminava com um inequívoco "É proibido saltar do comboio em movimento." Era este o aviso, a proibição. E às proibições, normalmente, estava associada uma multa. A pessoa saltava do comboio, morria e quem é que pagava? Nunca cheguei a saber porque nunca ninguém saltou.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Eu compreendia, apesar de algumas partes fazerem pouco sentido, a necessidade de avisar os passageiros. Mas porquê fazer este aviso apenas entre estas duas estações? Eu não sabia se isto acontecia nos restantes percursos por este Portugal fora - hoje em dia, com tanta linha a encerrar, de certeza que acontece menos -, mas fazia-me confusão não deixarem saltar passageiros apenas nestas duas estações. Será que nas restantes estações do percurso já era permitido saltar do comboio em movimento? Será que o número de saltos que se podiam fazer estava ligado ao tipo de comboio e à classe na qual viajávamos? Como seria ao fim-de-semana e feriados? As crianças, idosos, mulheres grávidas e pessoas com deficiência teriam regalias?</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Tudo perguntas para as quais nunca consegui resposta.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Quando era pequeno, os meus pais costumavam-me dizer sempre: "Tem cuidado. Anda sempre na linha, senão a gente chateia-se."</span><span style="font-size: small;"> E eu tentei sempre cumprir essa regra. Até que, ao fim de várias vezes de ser quase atropelado por um comboio, percebi que às vezes é melhor andar fora da linha.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="pt-PT" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-size: small;">Felizmente para a minha integridade física, eu tive este raciocínio, mas muitos não conseguiram fazer o mesmo. A quantidade de pessoas que morrem atropeladas nas linhas-férreas não é por acidente, suicídio ou seja lá o que for. Eles são atropelados porque levam tudo à letra e porque têm pais autoritários e temem mais ficar de castigo do que serem atropelados por um Intercidades a caminho da Guarda.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-29181012516095616952012-03-19T14:38:00.000+00:002012-03-19T14:38:35.270+00:00TERMINUS 292: UM GOVERNO DE POUCOS AMIGOS<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267"> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Table Normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
</style> <![endif]--> </div><div class="separator" style="clear: both; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxEcXyjtrY2oaltBwNyYC3CPgisouwBgyictiH9lmpMjSTRth8GMcmqoYfXqjKmLlGcmdfePAIClbCGPnO23AAo5aX_DEei5G4uFD5Npu3q7oWilAXozyKdR7ZxFA83fS-_0NyOg/s1600/ng1556126.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxEcXyjtrY2oaltBwNyYC3CPgisouwBgyictiH9lmpMjSTRth8GMcmqoYfXqjKmLlGcmdfePAIClbCGPnO23AAo5aX_DEei5G4uFD5Npu3q7oWilAXozyKdR7ZxFA83fS-_0NyOg/s320/ng1556126.jpg" width="320" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Ao fim de sete meses de mandato é tempo de comparar o desempenho do Governo de Passos Coelho com os dois Governos de José Sócrates. Os números levantados, para o bem e para o mal, revelam verdades incómodas para o Governo PSD/CDS-PP. De acordo com o Diário da República, durante o período em questão, o executivo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, nomeou 1110 pessoas para funções no sector público. Menos 568 pessoas do que no primeiro Governo de José Sócrates e menos 667 do que no segundo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Há uma clara diferença entre o que o Governo afirma e o que os outros dizem. Em primeiro lugar, quem faz uma afirmação aparenta possuir mais fundamento do que quem se limita a dizer. Habitualmente, essa diferença é para menos: o Governo gasta menos dinheiro que, o Governo faz menos pior que; no caso das nomeações sucede o oposto: o Diário da República diz que o Governo nomeou 1110 funcionários, o Governo afirma que que foram 1682. De onde aparecem estes 572 funcionários de diferença não se sabe ao certo. Dá ideia que o Governo foi para a rua e começou a nomear os primeiros que apareceram.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">À primeira vista, e estando nós em ambiente de austeridade, contenção, rigor, etc., esta deveria ser uma boa notícia. O Governo está a contratar menos, logo está a poupar mais. Por associação de ideias, quase que se pode propor a seguinte teoria: se o Governo tem menos a quem pagar, então poderá pagar mais a quem trabalha. Um leigo tenderia a ver esta questão considerando apenas os seus aspectos (aparentemente) positivos.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 150%;">Todavia, este desempenho do Governo de Passos Coelho não se trata de nenhum melhoramento, antes pelo contrário. Passos Coelho nomeou menos 33,8% do que Sócrates. Quer isto dizer que Sócrates tinha mais amigos por onde escolher do que tem Passos Coelho. E recordando o feitio de Sócrates, isto diz muito do actual Primeiro-Ministro. O que se tenta passar para a comunicação social como um esforço de contenção é, na verdade, um sinal inequívoco de que Passos Coelho tem poucos amigos.</span></span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-83446000596520268282012-02-16T14:47:00.000+00:002012-02-16T14:47:22.800+00:00TERMINUS 291: "SEMPRE EM FRENTE"<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"> </div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Olá. Anda a acontecer tanta coisa no nosso país e no mundo que eu não podia continuar sem manifestar a minha opinião. Houve quem viesse ter comigo e me perguntasse o que é eu achava disto ou daquilo. E eu, muito prontamente, respondi: detesto que me peçam orientações. Ficaram a olhar para mim sem perceber do que é que eu estava a falar. Eu ignorei-os e continuei na minha.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Detesto que me peçam orientações. (Sim, é a mesma frase de há pouco.) Se for em sentido figurado, tipo conselho, não tenho problema nenhum em dar. Desde que saiba, claro. O que me irrita é ter que dar orientações geográficas. Não é por não querer ajudar, é porque as pessoas nunca ficam contentes, genuinamente contentes, a não ser que se termine a explicação duma certa maneira.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">A pessoa que estava comigo acabou de sair. Ainda bem.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">De certeza que já vos aconteceu irem na rua, descansadinhos da vida, e, de repente, alguém parar o carro ou aproximar-se de vocês e perguntar como é que se vai para determinado sítio. Nunca vos aconteceu? Pois... Se calhar com outro penteado...</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;"><span lang=""><span style="font-weight: normal;">Mas imaginem que acontece. Imaginem que alguém se aproxima de vocês e vos pergunta como que se vai para a Rua das Petingas ao Sol e que vocês sabem o caminho do sítio onde estão até à Rua das Petingas ao Sol. Só que vocês não se limitam a saber UM caminho, vocês sabem o melhor caminho de todos, o mais rápido, o mais agradável. E explicam; até usam gestos e </span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang=""><i><span style="font-weight: normal;">slides </span></i></span></span><span style="font-size: small;"><span lang=""><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">e </span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span lang=""><span style="font-weight: normal;">tudo o mais.</span></span></span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Quando terminam, reparam que a pessoa que vos pediu orientação está a olhar para vocês com uma expressão de desprezo, como se vocês não a tivessem ajudado em nada. Pelo contrário. É o tipo de expressão que se lança a alguém que nos chacinou a família. Nem vale a pena pensar num "obrigado".</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Muita gente não sabe disto, provavelmente porque nunca esteve numa situação destas, mas existe uma maneira muito simples de indicar o caminho a qualquer pessoa sem que essa pessoa fique mal encarada: sempre em frente. Experimentem.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">"Vira na primeira à direita, depois na segunda à esquerda, atravessa a estrada e entra numa rua transversal. Corta outra vez à direita e na terceira à esquerda. Anda dois quarteirões até ver um terreno de terra batida. Vira logo na primeira à direita e, depois, é sempre em frente."</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">Tivesse este exemplo de orientação terminado com "Depois é logo na primeira à direita." e seriam ignorados e repudiados. O "sempre em frente." faz de vocês uns bons cidadãos, amigos de ajudar. O necessitado agradece e vai à sua vida. Não importa o que ele tenha de andar para chegar até onde precisa. As palavras "sempre em frente" dão-lhe alento e convencem-no que é possível.</span></div><div align="JUSTIFY" lang="" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-weight: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"> <span style="font-size: small;">No fundo, é o que todos nós queremos: que nos indiquem o caminho. Mas, acima de tudo, queremos que não se limitem a dizer o que é preciso para chegar lá. Queremos que o façam de forma a que nos sintamos motivados a trilhá-lo. Terminem com um "sempre em frente". Se não vamos repudiar-vos. Ainda mais.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-7775413451996180062012-02-09T13:08:00.005+00:002012-02-09T13:08:00.152+00:00TERMINUS 290: A MODERNIDADE DOS NOVOS PECADOS<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhTaTSN96fEosuUD54xYz_aya9cwgCVAy0rBCmEt8a_IXRYSgv9BtMcDKLqVNebDDSoM6HRe00RNCPLzcFqk85cvRv7o6EkCgEjJ1FEYwneks9wMBY71esot6Azb2FXWlhkSyt4w/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhTaTSN96fEosuUD54xYz_aya9cwgCVAy0rBCmEt8a_IXRYSgv9BtMcDKLqVNebDDSoM6HRe00RNCPLzcFqk85cvRv7o6EkCgEjJ1FEYwneks9wMBY71esot6Azb2FXWlhkSyt4w/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" /></a></div><br />
Eu sou alguém que acha que a Igreja Católica é uma instituição parada no tempo. Todavia, sou também alguém capaz de assumir um erro quando tal é necessário. Aqui há tempos li um artigo que dava conta duma tentativa de adaptação da Igreja Católica aos costumes do século XXI. É refrescante ver que, apesar de manter certas tradições, os responsáveis da Igreja Católica não fecham a porta a alguma inovação.<br />
Entre as várias medidas anunciadas está a renovação do catálogo de pecados do Vaticano. E é aqui que as coisas se complicam. Se é verdade que a expressão "catálogo" invoca uma certa imagem comercial e, como tal, moderna, também é verdade que alguns dos novos pecados são uma contradição em si mesmos. O que, agora que penso nisso, não é isso tão contraditório com muito do que a Igreja Católica tem feito ao longo dos séculos.<br />
Do novo catálogo de pecados fazem parte:<br />
Os atentados contra o ambiente. É de louvar tentarem ajudar o meio ambiente mas, por favor, não acendam velas à Nossa Senhora para reparar a camada de ozono.<br />
O consumo abusivo de drogas. Eu não vejo isto como um não firme ao uso de drogas, vejo mais como um "usem, mas não abusem". Podem pecar, mas só um bocadinho.<br />
As experiências com células estaminais. Retirar uma parte de um outro ser humano para criar outro é errado. Lembrem-se do Adão.<br />
A fecundação medicamente assistida. Esta concordo plenamente. Se estiver a fecundar não quero ter nenhum médico a assistir. Há alturas em que aprecio a assistência dum médico: esta não é uma delas.<br />
Comportamentos que contribuam para aumentar o fosso entre ricos e pobres. Exemplo desse comportamento: ser dono duma cidade, ter um ceptro de ouro cheio de pedras preciosas e roupa de sede debruada a ouro e pedir aos fiéis pobres que não abracem os bens materiais.<br />
Passar demasiado tempo a ler jornais, ver televisão ou a navegar na Internet. Por outras palavras, é pecado estar sem fazer nada quando se pode estar a rezar. <br />
Por tudo isto, penso que é seguro dizer: bem vindos ao século XX!</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-43176411380001061442012-02-06T13:06:00.002+00:002012-02-06T13:06:01.165+00:00TERMINUS 289: SÁ CARNEIRO<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ghgvxBOqcACwgQMyvIe8due3ExToUOyQV7tOAS8LqmN1qp2NOrBgyoIRliutm2OAFiVxg28M27OflFTVlR-4hW6lQKHOI9F8UbQUQbqQciW9vwt6WWEwB9VMAOaJT81AsoT_bw/s1600/sa_carneiro_zorate1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ghgvxBOqcACwgQMyvIe8due3ExToUOyQV7tOAS8LqmN1qp2NOrBgyoIRliutm2OAFiVxg28M27OflFTVlR-4hW6lQKHOI9F8UbQUQbqQciW9vwt6WWEwB9VMAOaJT81AsoT_bw/s320/sa_carneiro_zorate1.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Parece que é mesmo desta que a investigação ao Caso Camarate vai mesmo até ao fim. Desta vez, não vão haver enrolanços e silêncios mudos. A verdade dos factos vai ser apurada, doa a quem doer. Cabeças vão rolar. O que muitos julgavam esquecido vai ser revelado e a sociedade portuguesa vai saber finalmente o que aconteceu a 4 de Dezembro de 1980.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Entretanto, no país real...</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Já me cansa ouvir falar nisto. Será que os nossos políticos não conseguem arranjar outra cortina de fumo mais interessante que esta? Todos nós já percebemos que isto é um cortina de fumo, mas é uma cortina tão ténue que mais valia não lá estar. Fingirem que, passados mais de trinta anos, ainda há algo para apurar é idiota. E mais idiotas são se acreditarem mesmo que vão apurar o que seja.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Não é que não me interesse saber quem matou Sá Carneiro. Claro que gostava de saber. Só que o meu interesse pela verdade do atentado de Camarate não tem nada a ver com simpatias políticas. Gostava de saber quem matou o Sá Carneiro, assim como gostava de saber quem matou o JR no Dallas. O mistério é mais ou menos o mesmo, mas na série eles levaram a coisa mais a sério. Sabiam que o mistério só podia ser mantido durante algum tempo, depois disso perdia o interesse.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Saíndo da ficção para a realidade, podemos comparar, mal comparado, o assassinato de Sá Carneiro com o assassinato de Kennedy. Ainda há quem acredite que não foi Lee Harvey Oswald quem matou Kennedy - e ainda bem para a ficção -, mas para a maioria da população o assunto está arrumado. Oswald matou Kennedy e Jack Ruby matou Oswald. Arrumado o assunto, agora fazem filmes em que abordam outras possibilidades; incluíndo outras mais reais do que aquela oficialmente reconhecida.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Em Portugal, continuamos a tentar vestir uma situação com diferentes possibilidades quando o que deveríamos fazer era arranjar um toinas qualquer e dizer que foi ele. Nem precisa de ser alguém que esteja vivo. Vou fazer aqui uma sugestão para os actuais responsáveis da investigação sobre o Caso Camarate.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Um dos investigadores vai à terra natal de Sá Carneiro e resolve visitar a escola secundária frequentada por Sá Carneiro. Durante uma visita à secretária, aproveita quando a única funcionária que ainda lá está tem de ir fazer serviço de limpeza para dar uma espreitadela aos arquivos. Ao verificar os arquivos do ano em que Sá Carneiro concluiu o ensino secundário, descobre que este teve uma quezília com um colega de turma sobre quem jogava melhor à bola.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O investigador toma nota do nome desse colega e segue essa pista. Descobre que o colega também queria ter entrado para o mesmo curso de Direito que Sá Carneiro, mas não conseguiu porque Sá Carneiro ocupou a última vaga que havia. Esta rivalidade continuou por muitos anos, tendo tido apenas um intervalo quando o tal colega foi chamado para a guerra.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Regressado da Guiné, tudo o que colega queria era esquecer o passado. Nisto dá-se o 25 de Abril e o colega fica contente. Anos depois, Sá Carneiro torna-se Primeiro-Ministro de Portugal e o colega passa-se dos carretos. Constrói uma bomba e consegue colocá-la no Cessna que Sá Carneiro vai utilizar.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Meses depois da explosão, decide fazer uma visita à sua terra natal e descobre que o Sá Carneiro que matou não era o seu colega de escola, mas um outro Sá Carneiro que ele não conhecia de lado nenhum. Furioso por este Sá Carneiro tê-lo feito matar o Primeiro-Ministro puxa duma pistola e dispara. Sá Carneiro (o rival, não o político) cai da ravina abaixo, mas não sem antes agarrar o seu assassino pelo casaco e levá-lo consigo para o fundo da Boca do Inferno.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">E assim é encontrado o assassino de Sá Carneiro. Agora pode-se encerrar o caso e começar-se a fazer filmes sobre isso. Entretanto, se precisarem de ideias para novas vítimas de atentado, podem contactar-me que eu tenho uma listinha.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-29664547811104490982012-02-03T13:03:00.001+00:002012-02-03T13:03:00.038+00:00TERMINUS 288: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgBtAKcLVDpjm8fpUQ_d4IOy0KFaER_mg1w70riHcf_z-SWxLqZDrls_SNTTQNGKVaHUnW9SzJlMSkya5wlp0XucD8C11XSpl41YYlFt2dta5pkucFdI02lFD3sf04JGJj3u1zrQ/s1600/phpThumb+%281%29.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgBtAKcLVDpjm8fpUQ_d4IOy0KFaER_mg1w70riHcf_z-SWxLqZDrls_SNTTQNGKVaHUnW9SzJlMSkya5wlp0XucD8C11XSpl41YYlFt2dta5pkucFdI02lFD3sf04JGJj3u1zrQ/s320/phpThumb+%281%29.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Demorei, mas consegui finalmente perceber o que une e diferencia Pedro Passos Coelho de António José Seguro. O primeiro é Secretário-Geral do Governo Alemão, o segundo é o senhor que não diz nem não nem sim com uma violência que assusta. Mas isto já eu sabia. A minha descoberta, se assim se pode dizer, vai um pouco mais longe e tem que ver com o local onde o líder da oposição, o senhor Seguro, lança as suas farpas ao líder do Governo, o senhor Merkel, perdão, Coelho.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Tal como Passos Coelho, António José Seguro escolhe fazer muitas das suas declarações durante almoços de convívio. As semelhanças acabam aqui. Na verdade, muitos políticos (e não só) escolhem fazer declarações durante almoços de convívio. Almoços ou jantares. Entenda-se aqui qualquer encontro que envolva vinho. Eu não faço ideia se Seguro bebe vinho ou qualquer outro bebida alcoólica, mas eu já estive em muito almoço e muito jantar de convívio e sei como é que as coisas se proporcionam.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Recordo que, no tempo em que era um simples aspirante a líder da oposição, Passos Coelho aconselhou o regresso ao nuclear. Achar que em Portugal, cuja justiça atribuiu a queda da Ponte Hintze Ribeiro a causas naturais e não a má manutenção, há condições de ter uma central nuclear foi uma ideia idiota. A diferença é que Passos disse isto num almoço e no almoço seguinte, mesmo que não tenha repetido a ideia, pelo menos não a contradisse. Seguro, ao contrário do que o nome indica, não demonstra essa segurança. Ou melhor, tenta demonstrar diferentes tipos de segurança conforme a zona onde está. Se está num almoço em Baião, a sua posição é sim; se está num jantar na Lousada, a sua posição é não.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Estas mudanças de posição consoante o eleitorado com que se está não são nada de novo. Faz parte de ser político dizer e ser aquilo que o eleitorado quer. O problema é quando se tenta iludir as pessoas com isso. Eu acredito na liberdade de escolha, mas também acredito que há matérias cuja decisão não pode ser submetida a vontade popular. O caso da redução do número de freguesias é o grande exemplo disso. Todos concordam que tem de ser feito. Desde que não seja no seu concelho.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Como líder (vá lá) da oposição, Seguro cumpre bem o seu papel de instigar a insurreição dos principais interessados em que as coisas fiquem exactamente como estão: os autarcas e os bairristas. Se perguntarmos a um presidente se está disposto a abandonar o cargo e a perder todas as regalias que tem, a resposta óbvia é "Não, porque isso coloca em causa a representatividade democrática."</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O argumento da representatividade democrática é recorrente e foi utilizado, recordo, por todos os partidos com assento parlamentar da última vez que se discutiu a redução do número de deputados. Todos concordavam que era necessário reduzir e/ou cortar com gastos supérfluos... nos outros partidos; fazer isso no seu partido poderia pôr em causa a representatividade democrática.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Já disse e afirmo que, apesar de gostar muito da minha terra, entendo que certos tempos obrigam a certas medidas. Posso discordar, mas percebo que seja um mal necessário por decisões mal tomadas anteriormente. Lamento as circunstâncias que forçam certas posições, mas lamento mais ainda que essas posições sejam manipuladas para fins políticos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Eu acho que o que importa mais às pessoas é o nome da sua freguesia. Na prática, a junção de duas ou mais freguesias não acaba com o nome de nenhuma delas. Deixam de ser freguesias, passam a ser bairros. Quem vive lá sabe onde começa o seu bairro, a sua freguesia, e onde acaba.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Voltando ao Lord Abstenção Violentíssima e ao Marquês do Funaná, estes dois homens estão apenas separados pela posição que ocupam. O que Seguro é na oposição, a dizer uma coisa e o seu contrário, não é muito diferente daquilo que Passos era. A diferença, como já disse, era que Passos conseguia ser mais discreto e não se contradizer no próprio dia.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Um político não diz aquilo que as pessoas precisam de ouvir, diz aquilo que as pessoas querem ouvir e isso obriga-os, por vezes, a darem ouvidos ao que elas dizem. Passos Coelho pode ter errado ao confiar na capacidade dos portugueses em gerir energia nuclear, mas Seguro também não está muito bem ao deixar que a decisão de "sim" ou "não" seja tomada por aqueles para quem o "sim" é a única resposta possível. </span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Termino com uma ressalva. Considerando todos os aspectos bons e maus da junção de freguesias, há um bom que me salta à vista e que é a oportunidade que algumas pessoas têm de dar um nome diferente ao sítio onde vivem. Pensem nisso, habitantes de Angeja, Eucísia, Gebelim, Soeima, Anelhe, Palaçoulo, Duas Igrejas, Genísio, Guisande, Sanjurge, Gançaria, Tó, Trouxemil, Caveira, Carapelhos, Cuide de Vila Verde, Porto da Carne, Ramela, Irivo, Fojo Lobal e Urra, entre muitos outros. E quem achar que eu estou a troçar destas freguesias e dos seus habitantes, informo que sou residente na freguesia da Baixa da Banheira, concelho da Moita. Estou pronto para as vossas piadas.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-79217392144406551032012-01-31T13:03:00.001+00:002012-01-31T22:49:22.982+00:00TERMINUS 287: AO LADO DO POVO<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-MvVgCUZo2vAxypMpGd9tF0372PfJoVCatC6CbLh7mI1l6u7K7XjimxGV96SuOqmEY47ECZc7v5xPrroJ9KgXAp1mafNbtWLynisp743RCw_5oLR-ElMpbwkrzy9ABDY6ACJHVg/s1600/cavaco-silva_zorate.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="169" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-MvVgCUZo2vAxypMpGd9tF0372PfJoVCatC6CbLh7mI1l6u7K7XjimxGV96SuOqmEY47ECZc7v5xPrroJ9KgXAp1mafNbtWLynisp743RCw_5oLR-ElMpbwkrzy9ABDY6ACJHVg/s320/cavaco-silva_zorate.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Aqueles que achavam que Cavaco Silva não possuía legitimidade para representar a maioria dos portugueses devem estar agora à procura dum novo candidato ao cargo de representante sem legitimidade. Muito se tem falado das declarações de Cavaco Silva quanto às suas reformas e dos esclarecimentos relativos a essas mesmas reformas. (Acredito que alguém possa ter utilizado como desculpa qualquer coisa como "O que senhor Presidente da República quis dizer foi que se ainda estivesse vivo daqui a dez anos, a sua reforma de hoje não iria chegar para essas despesas".) O que ainda pouco ou nada se falou foi na verdade nas palavras de Cavaco Silva.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Há razões para questionar a legitimidade de Cavaco Silva em se proclamar Provedor do Povo e depois dizer que cerca de dez mil euros por mês não lhe dão para as despesas? Não, não há. Nem sequer há falta de coerência entre uma posição e outra conforme passarei a demonstrar com três simples, mas bem fundamentados, exemplos.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Segundo a lógica eleitoral, Cavaco Silva foi eleito pela maioria dos portugueses e a maioria dos portugueses, como todos sabemos, está insatisfeita com o seu vencimento, seja ele salário, pensão ou reforma. Ao dizer que a sua reforma não chega para as despesas, Cavaco Silva está apenas a colocar-se ao lado daqueles que representa. Mas há mais.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Cavaco Silva não sabe comer de boca fechada. Consta que Paula Bobone terá dito uma vez que a maioria dos portugueses não se sabe comportar à mesa. Exemplo de mau comportamento à mesa: comer de boca aberta. Mais uma vez, Cavaco Silva está do lado daqueles que o elegeram.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Para terminar, ninguém pode negar que Cavaco Silva é uma pessoa segura do que diz. Nunca se engana e raramente tem dúvidas. É alguém que insiste no erro, apesar de nunca o admitir. Exactamente como faz um burro teimoso ou, se me permitem, como fizeram aqueles que o reelegeram.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Por tudo isto, Cavaco Silva tem toda a legitimidade para nos continuar a representar. Infelizmente.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-22788679303025955752012-01-26T23:44:00.002+00:002012-01-31T22:47:50.465+00:00TERMINUS 286: CRIAÇÃO<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjymvtv2CravqdNhyphenhyphen_LZOSNe1Bww1OgfGjoAeAXp3X01_QQFm5VerVVrDoGczkWHwCPaz0tgSKYbLRrjc2yeQQ63rQ43etushCi-u4UdWdGzgH5X6ZasVgtudHOcn_h-jrb3rNCMQ/s1600/LX+TOUR+2.1+-+Ida+%284%29.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjymvtv2CravqdNhyphenhyphen_LZOSNe1Bww1OgfGjoAeAXp3X01_QQFm5VerVVrDoGczkWHwCPaz0tgSKYbLRrjc2yeQQ63rQ43etushCi-u4UdWdGzgH5X6ZasVgtudHOcn_h-jrb3rNCMQ/s320/LX+TOUR+2.1+-+Ida+%284%29.JPG" width="240" /></a></div>Os últimos tempos têm-se revelado atribulados, embora muito compensadores. Quem me conhece sabe que não sou um praticante regular de exercício físico. Tirando uma caminhada ou outra que faço com prazer (seja por estar num sítio novo, seja por não querer esperar que o autocarro chegue), não desempenho muitos esforços físicos. É certo que não me limito só às caminhadas, mas como é suposto este blogue não ter conteúdos susceptíveis de ferir sensibilidades, limitemos-nos a considerar essa actividade que é andar a pé. </div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"> Tenho feito longos passeios com a minha cara-metade um pouco por todo o lado e, no regresso a casa, aquilo de que me apercebo com mais evidência é o fervilhar de ideias que povoam a minha mente. Não pretendo dizer com isto que é o exercício físico - seja ele qual for - que origina essas ideias. Na minha opinião elas estão lá sempre, são possibilidades de histórias e de temas que surgem da infinidade de combinações possíveis entre tudo aquilo que vemos e ouvimos. O exercício físico limita-se a pegar em alguns desses ingredientes e combiná-los numa fórmula que se espera nova.</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">A prática é o melhor professor e tenho aprendido muito nos últimos tempos sobre o meu processo criativo. Continuo a ter as minhas falhas, mas é impossível não as ter. Escrever não é fazer contas. Por mais que leia sobre construção de personagens ou sobre estrutura ou sobre diálogo, por muito que aquilo que eu escreva cumpra todas as regras duma boa história, por muito que seja uma boa história, a verdade é que o leitor poderá discordar. Sobre o meu processo criativo propriamente dito, aprendi que... basta uma imagem. É tudo o que preciso para começar.</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">No próximo mês de Fevereiro irei publicar o meu primeiro romance: <a href="http://umcappuccinovermelho.blogspot.com/"><b>Um <i>Cappuccino </i>Vermelho</b></a>. A história deste livro, perdão, a história por detrás deste livro, começou com uma miúda com quem eu me cruzei no Metro. O aspecto dela e a sua postura combinaram-se com o que ia na minha mente e as rodas começaram a trabalhar. Neste caso, como eu já andava à procura duma ideia, ela limitou-se a ser a catalisadora. Com o livro seguinte - <b>A Imagem</b> - o processo foi muito mais cru e envolveu uma caminhada.</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">Ao fazer um passeio habitual, olhei para o muro branco duma propriedade privada, um muro extenso e alto, e pensei como seria se surgisse ali uma imagem do nada? E se essa imagem só pudesse ser vista por uma pessoa? E se essa imagem ganhasse vida? E quem seria essa pessoa? Porque razão é que a imagem apareceria somente para ela? De onde vinha a imagem?</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">A escrita de <a href="http://umcappuccinovermelho.blogspot.com/"><b>Um <i>Cappuccino </i>Vermelho</b></a><b> </b>tem a marca clara duma primeira obra e eu percebo isso não tanto na história, mas no modo como a história surgiu. Lembro-me o quão difícil era continuar a escrever depois da frustração que havia sido o dia anterior. Estava a dar os meus primeiros passos na escrita a sério e fartei-me de cair. Felizmente levantei-me e continuei a andar.</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">Sei que cresci dum livro para o outro, mas era impossível isso não acontecer. Afinal, cerca de sete anos separam <a href="http://umcappuccinovermelho.blogspot.com/"><b>Um <i>Cappuccino </i>Vermelho</b></a><b> </b>de <b>A Imagem</b>. E o tempo tornou-se um grande mestre. Estas duas histórias, apesar de ligadas tematica e narrativamente, foram desencadeadas por processos criativos radicalmente diferentes. Aquando do primeiro livro, eu andava à procura de ideias e quando esta surgiu o processo de escrita foi árduo, mas compensador no fim; já no segundo, andava tão ocupado com tanta coisa que nem pensava sequer em pensar em escrever um livro. Acontece que a criatividade não se importa com a falta de tempo. As ideias aparecem quando têm de aparecer, tenhamos nós tempo para as desenvolver ou não.</div><div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">Eu não tinha tempo, mas estava curioso. Queria saber mais sobre <b>A Imagem</b>, sobre essa história que tomava prioridade sobre tudo o resto com que eu me deveria preocupar. Não tinha tempo, mas arranjei-o (se tal coisa é possível) porque queria saber onde é que a história ia. Tal como numa caminhada, foi um processo longo, embora não exaustivo. Ao contrário de <a href="http://umcappuccinovermelho.blogspot.com/"><b>Um <i>Cappuccino </i>Vermelho</b></a>, em que eu tinha uma ideia rudimentar do que seria o final da história, a caminhada, perdão, escrita de <b>A Imagem </b>fez-se sem objectivo final. Assim como não sabia de onde a ideia surgia, também desconhecia para onde se dirigia. O mesmo acontece quando se faz uma caminhada: saber onde vamos terminar não é tão estimulante quanto partir rumo ao desconhecido.</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-60769090805586033082012-01-15T20:13:00.003+00:002012-01-31T22:45:51.473+00:00TERMINUS 285: CHAMEM A POLÍCIA<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguJXiDQEHl_KV2aV2zzqW_nOC0An1r9CQpMFcCeOB2uj7xJt3t_nodW_Xqnw-hSDEZGdiHbqrHbpnJ-EUYA2ULN2g5K6aPIbdhvvGr9kCH8FhYPb_lcfniTKhiPQm5-KTlssFR6Q/s1600/phpThumb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguJXiDQEHl_KV2aV2zzqW_nOC0An1r9CQpMFcCeOB2uj7xJt3t_nodW_Xqnw-hSDEZGdiHbqrHbpnJ-EUYA2ULN2g5K6aPIbdhvvGr9kCH8FhYPb_lcfniTKhiPQm5-KTlssFR6Q/s320/phpThumb.jpg" width="320" /></a></div><span style="color: #b45f06;">O que fazer quando somos vítimas de um roubo? Para o cidadão comum, a resposta mais óbvia e legalmente exequível é: chamar a polícia. Esta hipótese só não se coloca quando o roubo tem a designação de taxa ou imposto. Mas, o que fazer quando, em vez de cidadãos comuns, os meliantes atacam a própria polícia? A quem é que a polícia pede auxílio?</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Os soldados do posto da GNR de Quarteira estão às voltas com o desaparecimento do cofre onde é guardado o dinheiro recolhido das multas. Perto de 1500€ sumiram sem deixar rasto. O meu conselho seria chamarem a polícia, mas talvez não seja grande ideia.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">O tenente-coronel Sequeira, porta-voz do Comando da GNR de Faro anunciou o início da realização de “diligências internas para tentar apurar o que aconteceu.” Aprecio a honestidade do tenente-coronel Sequeira. Não se compromete com um resultado concreto, apenas promete tentar. Se falhar, não o poderemos criticar; quanto muito, podemos dizer “Devias ter tentado um pouco mais.”</span><br />
<span style="color: #b45f06;">As diligências internas são como uma espécie de inquérito, esse jargão mítico das declarações sem conteúdo. Na prática, dizer que se vão realizar “diligências internas para tentar apurar o que aconteceu” é o mesmo que dizer “Vamos perguntar ao pessoal da esquadra se viu alguma coisa. Se alguém disser que sim, óptimo; senão, depois logo se vê.”</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Piadas à parte, o tenente-coronel Sequeira possui uma qualidade que eu aprecio bastante num representante da autoridade: a ponderação. Não estou a brincar agora. O tenente-coronel Sequeira é um homem ponderado, um homem que analisa a situação de forma rigorosa antes de proferir a sua opinião. No caso em concreto, um cofre desapareceu do posto da GNR. Para mim, que sou um cidadão comum, parece-me um roubo; para o tenente-coronel Sequeira pode não ter sido, pode ter sido qualquer outra coisa, não necessariamente um crime.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">“Estamos a tentar perceber se houve comportamento criminal,” disse o próprio e com razão. O desaparecimento do cofre pode não ter sido roubo, assalto, furto, levamento, gatunagem, pilhagem, saque ou pilharia: pode ter sido um truque de magia. Pode ter sido levado por extraterrestres. Pode ter sido uma brincadeira parva. Pode ter sido muita coisa. Considerando que se trata de um roubo, eu inclino-me a dizer que foi um roubo que aconteceu, mas talvez eu seja uma pessoa de perspectivas limitadas.</span><span style="color: #b45f06;"></span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-84339668571755622182012-01-13T20:11:00.002+00:002012-01-31T22:41:17.195+00:00TERMINUS 284: SERVIÇO PÚBLICO COMPENSATÓRIO<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkoSeUiWIG6mM4JXeVSFeX_oj_plb9efWoOo5ojtSAHW6Ik_Fh7LQ8eLFNp1JczmHQSzC8KLk7lQDifmEVhwXdrWshwyFb-uR1ptsM8A5FTQDfEQhjOkOzCtZRuVRgLECwYmSUWA/s1600/ng1723124.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkoSeUiWIG6mM4JXeVSFeX_oj_plb9efWoOo5ojtSAHW6Ik_Fh7LQ8eLFNp1JczmHQSzC8KLk7lQDifmEVhwXdrWshwyFb-uR1ptsM8A5FTQDfEQhjOkOzCtZRuVRgLECwYmSUWA/s320/ng1723124.jpg" width="320" /></a></div><span style="color: #b45f06;">A segunda semana deste mês de Janeiro começa com a notícia de indemnizações compensatórias no valor de 127 milhões de euros para as empresas CP, Metropolitano de Lisboa e Refer por serviços públicos prestados em 2011. Chama-me à atenção a palavra “compensatória”, sinónimo de retribuição, de equidade, de justiça. Estas empresas, além de cobrarem ao cidadão pelo serviço público que prestam, são indemnizadas pelo Estado como se esse serviço, esse, tantas vezes, mau serviço devesse ser desculpado em vez de punido.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Leio esta notícia e vem-me à ideia a história fictícia, real em muitas casas, do marido que passa a vida a agredir a mulher e esta, em vez de se defender, defende-o, porque é ele que traz o dinheiro. </span><br />
<span style="color: #b45f06;">O caso das empresas públicas de transporte é diferente. O Estado autoriza-as a operar em território nacional, autoriza-as a cobrar o valor que considerem adequado ao serviço que prestam. Mas isto, pelos vistos, não basta. É preciso ajudar mais e mais e mais. O problema é que o Estado são os utentes e os não utentes.</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Segundo dados da própria empresa, dados rigorosos portanto, o Metropolitano de Lisboa perdeu 11,5 milhões de euros em 2009 em passageiros que viajaram sem utilizar bilhete. Fazendo as contas aos 0,90 cêntimos que um bilhete custava então, ficamos com um número equiparado à população residente em Portugal continental. Será que é por estes passageiros ilegais que o Estado indemniza estas empresas? Interrogo-me como é que este cálculo é feito. Como é que se distingue o passageiro autorizado do não autorizado sem ser pela fiscalização? E se o fiscal o identifica, porque não lhe cobra o dinheiro em falta? Será que os identificam só para as estatísticas e depois os mandam embora, sabendo que depois podem cobrar ao Estado com juros?</span><br />
<span style="color: #b45f06;">Quem espera pelo comboio nas plataformas, há-de reparar que o senhor que anuncia a chegada do comboio refere-se às pessoas na estação como passageiros. Ora, o cidadão só passa a passageiro quando entra na carruagem; até lá é apenas utente. Ou talvez não. Quando o Estado decide indemnizar estas empresas pelo serviço público que prestam, podemos dizer que passageiros são todos, até mesmo aqueles para quem o comboio é algo que já passou.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-73740107713535065762012-01-10T20:10:00.001+00:002012-01-31T22:31:42.637+00:00TERMINUS 283: "VOLTO JÁ"<div style="color: #b45f06; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUrepCnNADRl8pwQ34Yid5TfIHZAUNONhyQs2JpmuO-DfaZCr5hPLVhFLDgqaeOAUjsw25l8_f6fp50mcMU4lX5mBlOzLTCa6qJj7wSdeAYKhP0tzCUQFwSy31T28tkTy831kwzA/s1600/8796807_artigo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUrepCnNADRl8pwQ34Yid5TfIHZAUNONhyQs2JpmuO-DfaZCr5hPLVhFLDgqaeOAUjsw25l8_f6fp50mcMU4lX5mBlOzLTCa6qJj7wSdeAYKhP0tzCUQFwSy31T28tkTy831kwzA/s320/8796807_artigo.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Há alguns milhares de anos, biliões para as pessoas sensatas, Deus criou o Universo e a Terra e todos os seres vivos em menos de uma semana. Hoje em dia, os seus fiéis andam às voltas por não haver dinheiro para manter as portas abertas. O fecho das igrejas durante a semana é o tipo de notícia que leva a população a um tipo de insurreição esperada, embora lamentável em pleno século XXI. Não me surpreende, apesar de tudo, que este Estado dito laico aceite obedecer à voz do povo que pede ajuda para esta instituição.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Ignorando que esta instituição supostamente representa uma entidade que criou tudo e mais alguma, uma entidade omnisciente, omnipresente e omnipotente, consideremos apenas a parte terrena da matéria. A Igreja Católica é rica. Podre de rica. E não é em sonhos e coisas bonitas, é em ouro e outros materiais preciosos. Os portugueses que em casa passam fome, na rua pedem dinheiro, não para comprarem comida, mas para terem as igrejas abertas para irem lá rezar por dias melhores. O respeito pela fé alheia não me impede de atestar a idiotice de certas mentalidades.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">O patrão das igrejas, o senhor Papa, vive num palácio, tem uma cidade particular, desloca-se num carro construído apenas para ele, veste roupas de seda debruadas a ouro, sapatos italianos feitos em exclusivo para sua santidade e um ceptro cravado de jóias. Este tipo tem o desplante de pedir aos seus fiéis que não abracem as riquezas materiais e o Estado é que tem dar dinheiro para ele manter as portas abertas?</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Quando um negócio não vai bem, há que fechar lojas ou, então, procurar novas estratégias, novos públicos. Abrir as portas somente quando há missas para realizar não é uma situação que justifique indignação. Católicos, tentem isto ver como um “volto já” prolongado. Um Centro de Saúde ou um hospital encerrado justificaria uma postura mais interventiva da população. Saírem para a rua pelo seu direito a cuidados de saúde, seria um gesto de inteligência cívica. Não é preciso perder-se muito tempo com isto. Para se ser operado, é preciso um hospital; para rezar, pode-se rezar em casa.</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">A crise afecta a todos, a alguns porque não têm como evitar, a outros porque deixam. Como ateu desempregado, não quero que o Estado use o meu dinheiro para ajudar os representantes da salvação eterna, quero que me ajude aqui e agora. Fazia-me mais jeito.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-20912405328080825432011-12-07T13:49:00.001+00:002012-01-31T22:29:07.900+00:00TERMINUS 282: O TERCEIRO F<div style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HIONriSct8hYC-toqMoMQ5QTQXZhkFnKSN-UvFpyolKWHdaoZP_xIE9etvMMzPMqnf_jxe4RenQW-OWFD3addJMVnX2qs0eh2_CVzFYV0zJoIW3b2xRoBvnGFResDeHiNBNr_A/s1600/Quadro+Fado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HIONriSct8hYC-toqMoMQ5QTQXZhkFnKSN-UvFpyolKWHdaoZP_xIE9etvMMzPMqnf_jxe4RenQW-OWFD3addJMVnX2qs0eh2_CVzFYV0zJoIW3b2xRoBvnGFResDeHiNBNr_A/s320/Quadro+Fado.jpg" width="288" /></a></div>Dos três grandes Fs que compõem a nossa identidade nacional – Fátima, Futebol e Fado – havia um que, embora não esquecido, era o menos divulgado dos três. Essa lacuna chegou finalmente ao fim com a eleição do Fado como património imaterial da humanidade. E assim como o futebol e Fátima nos têm proporcionado momentos de grande relevância informativa – os directos de Centros de Estágio da Selecção onde um repórter tenta adivinhar a equipa e a táctica que o seleccionador vai usar, as perguntas aos peregrinos a caminho do santuário, “Vai porque tem fé, não é?”, “Não, vou porque não tenho carro.” - não tardou muito para que o mesmo acontecesse com o Fado.</div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Eu previ, embora não se possa dizer que tenha sido uma grande previsão, que com esta <i>vitória </i><span style="font-style: normal;">não tardariam a surgir reportagens e programas especiais sobre Fado. Já para não falar de todos aqueles que, dum dia para o outro, passaram a adorar o fado. (Pessoalmente, não gosto nem desgosto. Não sou de géneros, sou de músicas. Se gostar da música, não me interessa que seja fado, </span><i>trance</i><span style="font-style: normal;">, pimba, ou </span><i>rock</i><span style="font-style: normal;">.)</span></div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span style="font-style: normal;">Um dos primeiros programas a comprovar a minha teoria do ridículo foi uma entrevista a Celeste Rodrigues, emitida no passado Domingo na RTP 1. De forma a demonstrar o justo agradecimento aos fadistas que mais têm trabalhado nos últimos anos, não apenas por esta candidatura recém-vencedora, mas pela divulgação do fado a nível internacional e pela sua expansão a novas linguagens musicais – entre outros, Carlos do Carmo, Mariza e Camané – a RTP decidiu entrevistar a fadista Celeste Rodrigues. O erro de </span><i>casting</i><span style="font-style: normal;">, chamemos assim, não tem que ver com a escolha da entrevistada. Celeste Rodrigues é uma fadista com uma longa carreira e, embora não seja tão mediática como os fadistas já referidos, certamente que tem algo a dizer sobre este reconhecimento do fado. No entanto, o canal de todos os portugueses não quer saber da opinião da pessoa viva e com carreira que está no estúdio.</span></div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">A entrevista começou bem, com a entrevistadora a dar as boas noites à entrevistada. A partir daí, descambou. “Celeste, se a irmã fosse viva o que diria ela acerca disto?”</div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Não obstante a falta de respeito demonstrada para com que todos aqueles que desempenharam um trabalho imenso nestes últimos anos pelo crescimento do fado, e naquele momento em particular por Celeste Rodrigues, há que perceber isto duma vez por todas: a Amália morreu aos 79 anos. E num mundo real, a partir do momento em que as pessoas morrem, a relevância informativa deste tipo de perguntas é zero.</div><div align="JUSTIFY" style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Mas para fins de exercício especulativo, façamos uma excepção. Se a Amália fosse viva teria hoje 91 anos e, sabendo a tendência que muitos fadistas têm pela copofonia, não sei se iríamos escutar uma opinião muito lúcida. Porque, quer queiramos quer não, os ídolos caem, extinguem-se. Principalmente quando puxamos muito por eles. Amália tem e terá sempre o seu valor, mas no presente, na realidade, seria melhor que guardássemos estas indagações para quando fôssemos à bruxa. O Fado é um dos três Fs, mas não o tratemos como o Futebol ou Fátima. Tratemo-lo com mais respeito.</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-43001978189926690642011-11-25T17:53:00.002+00:002012-01-31T22:18:25.382+00:00TERMINUS 281: UMA (ENGRAÇADA) IDA ÀS FINANÇAS<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8xH3jLkwDNU88oTxYaFTjAn2ckz5enBnEeclFT3hHzPWODXDEbB77SR11FoZsPbQkv2wXCb4y4WqJpr9WSc96LnNJ5REvv6fAaIiDiO-LUHm0cUu9ixvEohQWKiDa2GBlTNanZA/s1600/DSC00532.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8xH3jLkwDNU88oTxYaFTjAn2ckz5enBnEeclFT3hHzPWODXDEbB77SR11FoZsPbQkv2wXCb4y4WqJpr9WSc96LnNJ5REvv6fAaIiDiO-LUHm0cUu9ixvEohQWKiDa2GBlTNanZA/s320/DSC00532.JPG" width="320" /></a></div>Gosto de ir às Finanças. Muita gente detesta ter de ir às Finanças, mas eu não. Eu gosto mesmo de ir lá. E gosto particularmente quando tenho de ir lá sem razão. Há alturas em que preciso ir lá, há outras em que vou lá só para dar um “olá” e depois vou à minha vida. Mas as alturas que eu gosto mesmo mesmo de ir é quando não deveria ter de ir. Nomeadamente, quando recebo a cartinha em casa com uma coima choruda para pagar.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Já tenho recebido dessas cartinhas em casa – quem não recebeu? – e é com um grande sorriso que vou à Repartição mais próxima efectuar o pagamento. Poderia ir a um Multibanco, ou pagar via Internet, mas o estar à espera para dizer que se quer fazer o pagamento e depois esperar novamente para pagar de facto é outra alegria. Principalmente quando sou atendido por alguém carrancudo. Acredito que a minha boa-disposição ao sair dali terá contribuído para melhorar o estado de espírito de quem me atendeu.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Sempre que recebo uma cartinha das Finanças em casa sou logo tomado duma grande ansiedade. A maior parte das vezes são cobranças justificadas – tipo não assinalar a alínea c) do número 17 do impresso 24, que refere o desejo de não ser cobrado indevidamente – e, por isso, sem surpresa. De vez em quando, a surpresa surge e sou intimado a pagar dívidas contraídas por pessoas com nomes parecidos ou iguais aos meus.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Já vos aconteceu isto? É tão bom, não é? Ao menos não nos trocaram o nome todo, foi só uma parte. A bem da verdade, confesso que tal situação nunca me aconteceu. Com grande pena minha. Só me leva a crer que a minha combinação de nomes e apelidos encontra poucos exemplares no nosso país.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Imagino que seja uma situação povoada de momentos de grande comicidade. O senhor Arlindo Batata recebe uma notificação das Finanças para efectuar o pagamento duma coima de 300 euros. No dia seguinte outra notificação, desta vez relativa a uma coima de 413 euros. E por aí fora. Ao fim de cinco dias consecutivos de coimas, o senhor Arlindo Batata começa a achar que aquilo não é normal e resolve ir às Finanças.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">O senhor Batata vai para lá logo de manhã e, após esperar três horas na fila errada, lá tira a senha certa e consegue ser a terceira pessoa a ser atendida depois de almoço. O simpático funcionário limita-se a dizer que ali não podem fazer nada, apenas cobrar. Se o senhor Arlindo não pagar a dívida, o seu ordenado será penhorado.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">O senhor Arlindo Batata esclarece que as notificações foram enviadas para o contribuinte errado, um tal Arlindo Batata-Doce, mas esse esclarecimento cai em saco roto. Ou paga ou fica sem ordenado. O senhor Arlindo Batata decide então perguntar se as Finanças lhe irão providenciar trabalho, na medida em que ele está desempregado e não dispõe de ordenado para ser penhorado.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">As Finanças riem-se.</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-74081927012017280242011-11-22T17:53:00.001+00:002012-01-31T22:14:20.352+00:00TERMINUS 280: QUANTAS VEZES?<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Y1fDdJqE7akUxo4QE3loiakiUNRSStyYE4HVxJhcQQ1upzketV5g0gabx8ABwQOLrxvbbetCULO-w-kgtCifV79x_9WjiouNfAQH1n8TXbklNjKCSHWNgGxXovpPMfnaPFZkgQ/s1600/Lisbon_Lisbon_Metro_station_Marques_de_Pombal_statue.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Y1fDdJqE7akUxo4QE3loiakiUNRSStyYE4HVxJhcQQ1upzketV5g0gabx8ABwQOLrxvbbetCULO-w-kgtCifV79x_9WjiouNfAQH1n8TXbklNjKCSHWNgGxXovpPMfnaPFZkgQ/s320/Lisbon_Lisbon_Metro_station_Marques_de_Pombal_statue.jpg" width="320" /></a></div>Quantas vezes é que, na estação de Metro do Marquês de Pombal, na Linha Azul, é proferido o seguinte aviso: “Atenção ao intervalo entre o cais e o comboio”? Antes de responder a esta questão, importa analisar o aviso e as circunstâncias em que o mesmo é dito.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Em primeiro lugar, a distância que vai do cais ao comboio nesta estação é igual a todas as outras. Não andei a medir, mas quer me parecer que a necessidade de um aviso de segurança só seria justificável se estivéssemos a falar de diferenças verificáveis a olho nu. Milímetros, parafraseando o outro, são pintelhos.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Temos depois a questão das circunstâncias. O aviso é dito apenas numa estação e, dentro dessa estação, apenas na Linha Azul. Se não é possível identificar as razões por detrás disto, é possível apontar as consequências.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Por norma, o aviso deveria ser feito em todas as situações – neste caso, em todas as estações – ou, em alternativa, na presença duma série de critérios, facilmente observáveis, que o justifiquem. A exclusividade deve ser, por isso, apenas aplicada quando há uma distinção inequívoca entre o caso ou casos em questão e todos os demais.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Implantar uma diferença ou sugerir uma cautela numa estação, numa linha, em deterimento de todas as outras, é influenciar as pessoas a que só tomem cuidado naquele caso em especial e se desleixem nos restantes.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">Ainda por cima estamos a falar duma distância que para cair lá para dentro é preciso ser-se subnutrido ou, mais magro ainda, uma <i>top-model</i><span style="font-style: normal;">. Pessoas normais não caem ali. Podem tropeçar, mas tropeçam mais vezes devido aos empurrões nas entradas e saidas do que àquele espacinho entre o cais e o comboio.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-style: normal;">A solução? Dar o aviso em todas as estações e em todas as linhas. Ou não avisar em nenhuma e colocar autocolantes nas portas. O aviso para não forçar as portas é accionado pelo condutor da composição apenas quando este decide. Na maioria das vezes, o autocolante é aviso suficiente.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-style: normal;">Na estação do Marquês de Pombal, como se não bastasse avisar uma vez, avisam quatro, cinco e seis. O metro já vai na Pontinha e ainda estão avisar os passageiros que saíram e entraram no Marquês de Pombal para terem cuidado.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-style: normal;">A resposta à pergunta inicial, “Quantas vezes é que, na estação de Metro do Marquês de Pombal, na Linha Azul, é proferido o seguinte aviso: “Atenção ao intervalo entre o cais e o comboio”?” só pode ser, portanto: DEMASIADAS.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-68616300649143881802011-11-10T08:31:00.002+00:002012-01-31T21:51:10.523+00:00TERMINUS 279: CONFIANÇA<div style="color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH0eFIUKkZaIWlq48Ad9VIrAjy-geKW_DpfHZeHI4yqsiE9p1IBo_rUuxokgq0P-loN26aERCC-2S6lUsUzHtkOQGnRXld_PIycq2jA5dPqtssFuW59rcWuj68Q38hLJrJbGPXjw/s1600/1123157_portugal01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH0eFIUKkZaIWlq48Ad9VIrAjy-geKW_DpfHZeHI4yqsiE9p1IBo_rUuxokgq0P-loN26aERCC-2S6lUsUzHtkOQGnRXld_PIycq2jA5dPqtssFuW59rcWuj68Q38hLJrJbGPXjw/s1600/1123157_portugal01.jpg" /></a></div><span style="font-size: small;">Quando se está afastado algum tempo é sempre difícil encontrar o tema certo para abordar num artigo de análise. Felizmente temos o Expresso, esse jornal grande, onde se encontra sempre qualquer coisa.</span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">No site do Expresso (são oito da manhã, está a chover como o caraças, ainda não saí de casa e não vou sair só para ir comprar o jornal) vinha hoje (dia 9 de Novembro) uma pequena... peça informativa sobre a relação de confiança que nós temos com as instituições conotadas com o Governo.</span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">O artigo, apesar de pequeno (tem apenas três parágrafos), possui uma complexidade de ideias tão bizarras que quase que parece que é sério. Tão sério que me atrevo a dizer que se isto fosse um estudo elaborado por algum instituto público, o mais certo era fechar portas depois. Como é só uma opinião, o máximo que conseguimos é colocar alguém a fazer transfusões de sangue sob a vigília de Leonor Beleza. Já lá vamos, calma.</span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">Diz então o sociólogo José Manuel Mendes que nós desconfiamos, ou temos pouca confiança nas instituições ligadas ao Governo. Excepção feita àquelas ligadas à protecção e socorro. Subscrevo mais ou menos. Basta pensar nas inundações que acontecem todos os anos assim que começa a chover, ou nos incêndios que arrasam o país, ou no </span><span style="font-size: small;"><i>quizz </i></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">a que é preciso responder sempre que se chama uma ambulância para nos apercebermos que a nossa confiança nestas instituições é um bocado como dar dinheiro a um arrumador para que não nos risquem o carro.</span></span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">No entanto, apesar destas falhas, depositamos mais confiança nas instituições ligadas à protecção e ao socorro do que nas outras. Porquê? O Instituto Português do Livro e da Biblioteca, o organismo que tutela as bibliotecas públicas, tem feito um bom trabalho. Talvez não tenha sido perfeito para todos, mas se nos lembrarmos como eram as bibliotecas há vinte, ou mesmo dez anos, e como são agora, a diferença é... colossal.</span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;">O que é que nos faz confiar nesta gente? Diz José Manuel Mendes que em Portugal </span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">"não houve nenhum episódio que desconstruísse a confiança das pessoas" como aconteceu noutros países da Europa, com o sangue contaminado.</span></span></span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">A resposta de José Manuel Mendes é simples e elucidativa. O complemento que se segue à citação é que não sei se pertence ao próprio ou se foi alguém que não estava cá nos anos 80 que acrescentou.</span></div><div align="JUSTIFY" style="border: medium none; color: orange; font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-style: normal; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;"><span style="font-size: small;">Caro José Manuel Mendes, ou outra pessoa que diz basearmos a nossa confiança nas instituições públicas de protecção e socorro no facto de, em Portugal, não ter havido nenhum caso de sangue contaminado, só vos digo isto: vão ao Google e pesquisem por “hemofílicos + Leonor Beleza”. Não se resolveu, apenas prescreveu. Como é tradição. E nem sempre as tradições são de confiança.</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-72083375841304115522011-10-12T16:36:00.006+01:002012-01-31T21:19:59.421+00:00TERMINUS 278: CULTURA, SUBSÍDIOS E OUTRAS CENAS<div style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"><span class="Apple-style-span" style="color: orange; font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">Há uns meses atrás resolvi concorrer ao Programa de Apoio à Escrita de Argumentos para Longas Metragens de Ficção promovido pelo ICA. Foi a primeira vez que concorri a tal concurso e, embora não tenha sido contemplado com nada, a experiência não foi tão má quanto isso.<br />
Não muito tempo depois de apresentar a minha candidatura, recebi (eu e os restantes candidatos) as avaliações do júri. Tendo tempo para as contestar, não o fiz. Com base nos critérios de avaliação e nas suas notas, a avaliação que faziam do meu trabalho era justa.<br />
Dos que venceram, apenas conheço o trabalho de um deles e já o congratulei por isso; dos restantes, há um em particular que merece um olhar mais aprofundado: João Canijo.<br />
João Canijo irá receber 9500€ para escrever um guião para o seu próximo filme intitulado "Fátima". À partida, esta informação parece ficar por aqui. Ele candidatou-se a um subsídio para escrever um argumento, recebeu o subsídio e agora vai escrever o argumento.<br />
O João Canijo tem um filme nas salas de cinema ("Sangue do Meu Sangue") de que toda a gente anda a falar. Confesso que me estou a mentalizar para o ir ver mas, por enquanto, ainda não consegui ultrapassar a inovação da narrativa que é aquele trailer com a Rita Blanco.<br />
Rita Blanco, numa entrevista recente ao Jornal I, falou deste filme, como decorreram as filmagens, o modo de trabalhar do realizador, a forma como desenvolveu a personagem e o processo de criação da história. Foquemos-nos nos últimos aspectos que são aqueles que me dizem mais respeito.<br />
Em primeiro lugar, não cabe à actriz desenvolver a personagem, cabe ao argumentista. Dito de outra forma, a actriz pode trabalhar no perfil e características que o argumentista apresenta, pode apresentar sugestões, melhorar alguns aspectos, corrigir outros, eliminar outros, etc. O que não pode acontecer, como é mencionado na entrevista é isto:<br />
<span style="font-size: x-small;"><b> </b></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: orange; font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"><span style="font-size: x-small;"><b>O seu papel é o da Márcia, a mãe. A personagem foi criada por si? </b><br />
<i>O João Canijo disse-me para inventar uma situação em que pudéssemos ir ao encontro do que queríamos. Inventei e, até certa altura, ele não percebia porque é que eu queria esta história. Discutimos muito, mas lá nos explicámos e percebemos que fazia sentido para os dois. E para todos os outros actores. As personagens foram entrando e, cada uma, adaptando-se às histórias. O filme construiu-se neste puzzle.</i></span> </span><br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: orange; font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">Não é actriz que cria a personagem! É o argumentista! A actriz deve-se "limitar" a dar corpo à figura que vem no papel.<br />
Depois temos o processo de criação. Um filme, seja ele curto ou longo, é feito, deve ser feito, com base num guião. Guião esse que habitualmente é escrito antes do filme ser realizado.<br />
Em 2007 João Canijo foi contemplado com um subsídio do ICA no valor de 10.000€ para escrever o argumento para este filme. Um argumento, para quem não sabe, deve ter a história do filme, desconstruída cena a cena, com os respectivos diálogos. Ora, como se poderá ler pela já mencionada entrevista à protagonista do filme, o filme foi feito com ensaios e improvisos, não com um guião. Aos actores não era dado um perfil para trabalharem, era-lhes dito "Tu hoje vais ser um gajo de óculos!", ou "Agora faz de conta que 'tás constipado!".<br />
Onde é que eu quero chegar com isto? Pretendo contestar a decisão do ICA de atribuir um subsídio de apoio à escrita de um guião a quem depois não escreve nada? Não exactamente. Apenas pretendo perceber o que se passou.<br />
Uma das cláusulas impostas aos vencedores é a obrigatoriedade de apresentar um guião, sob pena de lhes ser retirado o subsídio. Considerando isto e o que é mencionado na entrevista, temos três hipóteses à escolha. A primeira é: João Canijo não escreveu o argumento contratualizado e teve de devolver o dinheiro; a segunda: João Canijo escreveu o argumento contratualizado, mas ficou tão mau que resolveu fazer o filme sem ele; terceira: João Canijo não escreveu o argumento contratualizado e não teve de devolver o dinheiro.<br />
Recapitulando, em 2007 João Canijo recebeu 10.000€ do ICA para escrever um guião para o filme "Sangue do Meu Sangue". De acordo com Rita Blanco, a protagonista do filme, este foi feito sem guião. Em Junho de 2011, o ICA decidiu atribuir 9.500€ a João Canijo para escrever o argumento para o seu próximo filme, "Fátima."<br />
Conclusões? É melhor não. Mas posso deixar aqui um "cheirinho" daquilo que me parece que vai ser este argumento.<br />
<br />
FÁTIMA<br />
Um filme de João Canijo<br />
<br />
Cena 1 – Filmar peregrinos<br />
Cena 2 – Falar com peregrinos<br />
Cena 3 – Filmar Santinhas<br />
Cena 4 – Filmar velinhas<br />
Cena 5 – Pôr música sacra na banda-sonora<br />
Cena 6 – Pedir a outra pessoa que escreva o guião<br />
<br />
E aqui fica também o trailer de "Sangue do Meu Sangue".<br />
</span></div><div style="margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm; orphans: 2; text-align: justify; widows: 2;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="color: orange;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/-vXoXikbUj4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: orange; font-family: Georgia,'Times New Roman',serif; line-height: 150%;"><span style="font-style: normal;">A entrevista de Rita Blanco ao Jornal I pode ser lida na íntegra </span><span style="font-style: normal;"><b><a href="http://www.ionline.pt/outros/rita-blanco-nao-ter-cultura-vai-fazer-nos-povo-triste">aqui</a> </b></span><span style="font-style: normal;">(pelo menos enquanto o </span><i>link </i><span style="font-style: normal;">estiver activo).</span></span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-36014548327930812172011-10-10T23:45:00.001+01:002012-01-31T21:09:00.150+00:00TERMINUS 277: HISTÓRIAS DE (DES)ENCANTAR<div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuNrXd5QOJJDU9SmX6N58_P-T0IFnWxl0Hlca1odp8r0vVqE0SPBqWXymiVn2aDOsRJ4qOH-S5jiIF0NCCmtbimXR93UvoF9Ve0UkLA1aIpZfpdHlHqToKY66vohic8s6tBqSNdw/s1600/052-03.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuNrXd5QOJJDU9SmX6N58_P-T0IFnWxl0Hlca1odp8r0vVqE0SPBqWXymiVn2aDOsRJ4qOH-S5jiIF0NCCmtbimXR93UvoF9Ve0UkLA1aIpZfpdHlHqToKY66vohic8s6tBqSNdw/s320/052-03.gif" width="320" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">Era uma vez um menino chamado Pedrito. O Pedrito era muito traquinas, mas era um bom menino. Cumprimentava as pessoas e dizia “por favor” e “obrigado”. Durante o dia, enquanto os pais estavam a trabalhar, o Pedrito ia para uma Creche muito bonita e colorida. O Pedrito tinha muitos coleguinhas nessa Creche, com os quais brincava o dia todo.</span></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"> Todos os dias, ao final da tarde, o pai ou a mãe do Pedrito iam buscá-lo à Creche. Depois duma boa banhoca e dum delicioso jantar, o Pedrito ia para a cama fazer óó. Antes de adormecer, o Pedrito gostava sempre de ouvir uma história de encantar. O pai ou a mãe diziam-lhe então para ele escolher que história ele queria ouvir.</span></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"> O Pedrito tinha um quarto muito grande, com muitos e muitos livros. O Pedrito gostava de todos os livros que tinha. Mas só havia um que ele gostava de ouvir antes de fazer óó. Apesar de já saber a história de cor e salteado, o Pedrito não escolhia outro livro senão aquele e os pais não insistiam. Apoiavam o filho nessa escolha e sentavam-se ao seu lado para contar essa tal história.</span></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"> E a história dizia assim:</span></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">Há muito, muito tempo, numa ilha muito distante, vivia um rei que se gostava de vestir de Carmen Miranda e de Pipa (de vinho, não diminutivo de Filipa, embora quem se vista de Carmen também se possa vestir de Filipa). Nessa ilha viviam muitas pessoas, muitos animais e também o rei. A ilha era muito bonita e as pessoas gostavam de viver lá, mas o rei nunca estava satisfeito.</span></i></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">De vez em quando as pessoas tinham de dizer se gostavam daquele rei ou se queriam outro. Como a ilha era muito grande, o rei enviava carroças a casa de todas as pessoas que moravam longe. Àquelas que ficavam satisfeitas com este gesto de boa vontade do rei dizendo que queriam que ele fosse rei por mais quatro anos, o rei dava-lhes boleia de volta para casa. As outras iam a pé.</span></i></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">A cada convocação, as pessoas apareciam para dizer que queriam que o rei ficasse. E todas podiam voltar para casa, manter os empregos, não perder pensões ou subsídios ou não cair, sem querer, duma ravina abaixo.</span></i></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">As pessoas voltavam às suas vidas e o rei sentava-se no trono porque ele era bom para as pessoas e as pessoas eram boas para ele.</span></i></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"> Quando acabava a história, o Pedrito já dormia profundamente. Com muito cuidado, o pai ou a mãe pousava o livro na estante e saía do quarto de mansinho. Na sala encontrava-se com a sua cara metade e suspirava:</span></div><div align="JUSTIFY" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;"> “Porra que já não posso mais com esta história! Ainda gostava de saber quem foi a besta que decidiu escrever um livro infantil com base nas eleições na Madeira.”</span></div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-16408090.post-50895726057986876302011-10-07T13:38:00.002+01:002012-01-31T21:02:48.360+00:00TERMINUS 276: CRITÉRIO SEGURO<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;"></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3sBfJ7EyixHzfytKB3LB9ubhleoWNEpSE7MZj8b9yzFvXD_jaRYkoMH7cmN4iXlnbNZXTwC8tKp3CEDb-273U75pfQu3VfLfldVY3Ns7SFnazJXwgtHmHDlqBB_IIxcSHBpTHWg/s1600/mapa_portugal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3sBfJ7EyixHzfytKB3LB9ubhleoWNEpSE7MZj8b9yzFvXD_jaRYkoMH7cmN4iXlnbNZXTwC8tKp3CEDb-273U75pfQu3VfLfldVY3Ns7SFnazJXwgtHmHDlqBB_IIxcSHBpTHWg/s320/mapa_portugal.jpg" width="214" /></a></div>Numa intervenção recente o secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou não aceitar a redução do número de freguesias no Interior do País com base no critério do número de habitantes. Acho bem. Vindo de quem vem, provavelmente terá dito o contrário ao jantar, mas concordo com as razões desta sua recusa.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Extinguir freguesias, anexando rivalidades e ódios históricos só por causa dos números é um erro crasso. Qual é o mal de ter freguesias com 150 habitantes ou menos? Para mim, que andei a percorrer Portugal de lés a lés e vi como é que o País (não) funciona, não vejo qualquer problema nisso.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Consideremos, por exemplo, a freguesia de Fajão na Pampilhosa da Serra. De acordo com os Censos de 2001, esta freguesia tem 295 habitantes. Será isso razão suficiente para anexá-la à freguesia do Macchio (146 habitantes) e à freguesia do Vidual (93 habitantes)? Se a iniciativa partir dos habitantes e todos estiverem de acordo que é o melhor a fazer, não tenho nada contra. Mas não obriguem as pessoas a isso. Principalmente com base no critério dos números.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Se tiverem que utilizar algum critério, podem dizer que a redução do número de freguesias e concelhos é uma das contrapartidas do empréstimo que fizemos à <i>troika.</i><span style="font-style: normal;"> Podemos não concordar com isso, mas não podemos dizer que é uma desculpa não-existente.</span></div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">A certa altura utilizou-se o argumento “A estas pessoas já tiraram o professor, o médico. Não lhes deixem tirar o presidente da Junta.” Porque não? Em que medida é que perder um presidente da Junta é o mesmo que perder um médico ou um professor? Se alguém ficar doente ou analfabeto, não é um presidente da Junta que vai ajudar. A não ser que seja médico ou professor.</div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">Sejamos honestos, praticamente todos nós somos a favor da união ou extinção de freguesias e concelhos. Quando apresentada a ideia, até somos capazes de dizer “Hum... Juntar freguesias com número reduzido de habitantes para poupar recursos? Não está mal pensado, não senhor.” No entanto, a conversa muda de figura assim que percebemos que a nossa freguesia, o nosso concelho, é um dos visados pela medida. “O quê? Nem pensar! Nunca na vida os habitantes de Boi Coxo se juntarão com esses atrasados mentais de Cabra Manca! </div><div align="JUSTIFY" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-bottom: 0.1cm; margin-top: 0.1cm;">E a identidade histórica destas pessoas? Alguém pensa nisso? António José Seguro pensa. Ele sabe que uma forma segura de conquistar apoios é apelar ao bairrismo de cada um. Tanto faz que seja no Interior ou no Litoral. As ideias são sempre todas boas... desde que sejam para os outros.</div>Joel-G-Gomeshttp://www.blogger.com/profile/07139108723605155103noreply@blogger.com0